— Ali — disse Malaya, apontando para o dossel enquanto ela e Gyatso se escondiam atrás de um tronco de árvore enorme. — Você os vê?
— Claro. — Gyatso semicerrava os olhos através da escuridão antes do amanhecer. — Na verdade, não. Não consigo ver nada além de galhos e folhas. Como seus olhos são tão bons?
— Como os seus são tão ruins?
— Apenas me diga o que devo ver.
— Os Dobradores de Terra estão em gaiolas de bambu no alto das árvores. — Era o lugar perfeito para aprisioná-los. Os carvalhos cinzentos eram altos o suficiente para manter os Dobradores de Terra fora de alcance de seu elemento. — Não acredito que não pensei em verificar este lugar antes.
— Pelo menos eles continuam vivos — consolou Gyatso.
— Kilat também está lá em cima — disse Malaya, tão aliviada ao avistar a gorila-társio quanto irritada ao vê-la presa na gaiola subdimensionada, mas reforçada em dobro.
— Como você acha que ela capturou todos eles sozinha? — perguntou Gyatso, semicerrando os olhos enquanto escaneava o dossel tentando ver o que Malaya via.
Mas essa não era a questão mais urgente para Malaya. Os batedores conheciam a ilha melhor do que ninguém. Amihan não teria problema em emboscá-los. “
— Estou me perguntando por que eles continuam vivos
— Talvez Ulo queira sacrificá-los também?
Malaya balançou a cabeça.
— Não se eles estão sendo mantidos aqui fora. — Então ela expressou a outra coisa que a preocupava. — E onde está Amihan?
Duas pessoas patrulhavam a área na base das árvores altas carregando tochas, mas nenhuma delas era a Dobradora de Ar.
— Aquele Dobrador de Fogo magricela com o taparrabo de wanoh é Kamao, filho de Baku, o ferreiro — ela disse a Gyatso enquanto apontava o garoto. — Ele não passa por mim sem perguntar se quero segurar a “lança” dele.
— Já não gosto dele.
Malaya então levantou o queixo na direção da outra guarda, uma mulher corpulenta com cabelo preto curto e uma lança. Como de costume, a mulher usava um taparrabo de wanoh sob sua túnica preta sem mangas, apesar de ser tipicamente reservado para homens.
— E essa é Mamamaril. Ela me ensinou a maioria do que sei sobre combate corpo a corpo.
— Espero não ter que lutar com ela — disse Gyatso. — Qual é o plano?
Malaya tirou o arco do ombro.
— Vou atirar nas cordas que seguram as gaiolas no lugar.
— E depois?
— Hum. Elas vão cair.
— Essas árvores devem ter duzentos, talvez trezentos pés de altura. Eles não sobreviveriam.
Malaya cutucou brincando as costelas de Gyatso.
— É aí que entra sua dobra de ar.
— Ah — disse ele. — Você quer que eu amorteça a queda deles de alguma forma.
— Acha que consegue fazer isso? — ela perguntou, sabendo que ele não tinha tido nenhum problema com sua dobra de ar desde que lhe contou tudo sobre Yama.
Gyatso assentiu.
— Só tome cuidado para não suavizar tanto a aterrissagem que as gaiolas não se quebrem — acrescentou. — Estou contando que eles nos ajudem contra Kamao e Mamamaril depois que estiverem livres.
Gyatso olhou para cima.
— E Amihan?
Malaya escaneou o topo das árvores enquanto tirava cinco flechas da aljava em seu quadril.
— Esperamos que ela não esteja por perto.
— De fato.
Malaya cuidadosamente alinhou e encaixou as flechas enquanto saía de trás da árvore. Então ela levantou o arco.
— Espere — disse Gyatso, levantando-se rapidamente. — Ainda não consigo ver…
Malaya respirou fundo, mirou e disparou.
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