— Quem são vocês? — perguntou Malaya aos três forasteiros, instintivamente colocando-se entre eles e a vila danificada de seu clã.
— Isso não lhe diz respeito — respondeu a jovem corpulenta com cicatrizes de queimadura nos antebraços. A mulher menor, que estava à sua frente, tinha uma corda enrolada na cintura, mas a que havia acabado de falar não carregava armas, e nem o garoto. Deviam ser dobradores.
— Calma, Kozaru — disse a outra jovem, revirando os olhos.
— Não viemos machucar vocês — disse o garoto. Ele examinou a destruição. — Parece que alguém já tentou fazer isso. Dobradores de Terra, talvez?
Malaya ajustou o aperto na faca.
Os olhos do garoto voltaram para ela.
— Estamos apenas procurando nosso amigo Avatar Roku. Por favor, indique-nos a direção e seguiremos nosso caminho.
Gyatso deu um passo à frente.
— Você é Sozin — disse com uma frieza não característica.
— Príncipe Sozin para você — disse a mulher chamada Kozaru.
— Isso é realmente necessário? — perguntou a outra mulher.
Kozaru bufou.
— Respeito pelo nosso futuro líder? Claro. Não que você saiba algo sobre isso, Dalisay.
— Há uma diferença entre respeitar e ser bajulador — disse a mulher chamada Dalisay.
— Do que você me chamou?
O garoto, que aparentemente era o Príncipe da Nação do Fogo, suspirou.
— Você terá que perdoar minhas companheiras. Estamos viajando há muito tempo e poderíamos usar uma pausa uns dos outros. Mas, sim, eu sou o Príncipe Sozin. — Ele olhou para Malaya. — Imagino que você seja uma das nativas.
Malaya encarou Sozin, sentindo que Gyatso estava certo sobre as verdadeiras intenções arrogantes do garoto na ilha.
Sozin inclinou o queixo em direção a Gyatso em seguida.
— A julgar pelo seu cajado, suas vestes e essa cabeça de coco superlisa, você é um dos novos amiguinhos do Avatar do Templo do Ar do Sul.
O Nômade do Ar assentiu.
— Gyatso.
Sozin olhou ao redor.
— Então, onde ele está?
Malaya e Gyatso mantiveram-se em silêncio.
Kozaru gritou:
— Responda ao Príncipe Sozin quando ele lhe fizer uma pergunta! — E então socou o ar, lançando uma rajada de fogo em advertência aos seus pés, que Gyatso extinguiu com um giro fácil de seu cajado.
Sozin olhou para o sol, protegendo os olhos com a mão.
— Para ser honesto, temo que nosso amigo em comum possa estar em apuros. Se você me disser onde posso encontrá-lo, talvez consigamos alcançar aqueles Dobradores de Terra que fizeram isso. E depois que tudo estiver resolvido, prometo que Kozaru e Dalisay ajudarão a limpar aqui.
Malaya olhou para Gyatso. Ele balançou a cabeça levemente. Mas isso não era sobre aceitar a oferta de Sozin por vingança. Ela precisava afastar esses três de seu clã. Ela instou Gyatso com os olhos a confiar nela, então se voltou para Sozin.
— Eu os levarei.
— Nós os levaremos — corrigiu Gyatso.
— Muito agradecido. — Sozin olhou para o céu novamente. — Não vamos perder tempo.
Malaya e Gyatso deixaram Baku e os outros para continuar seus esforços de resgate, então montaram novamente em Kilat. Eles começaram o caminho em direção às cavernas, com Sozin e seus companheiros seguindo em seus cães-enguia.
— Tem certeza de que isso é uma boa ideia? — perguntou Gyatso.
— Claro que não — disse Malaya.
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