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A Aurora de Yangchen: Vestígios

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— Isso é … novidade. — disse Mama enquanto tentava absorver os pontos salientes.

 

Yangchen não achava que ela estava fingindo ignorância. A Lótus Branca havia sido pega desprevenida pelo projeto secreto de Henshe e Chaisee. Enquanto Mama poderia criticar a imprudência de Yangchen o quanto quisesse, sua organização estava a vários passos atrás do Avatar.

 

— Qual era o nome do navio que você estava procurando?

 

— O Raio de Sol. — disse Yangchen.

 

— Você tem certeza? Eu não vi nenhum registro de um Raio de Sol ancorando aqui nos últimos dois meses.

 

Hmph. Em algum momento durante sua investigação, Mama deve ter vislumbrado alguns diários de bordo. Yangchen sentiu-se justificada que suas táticas tinham mérito. Mas a discrepância não fazia sentido.

 

— Minha fonte verificou o nome. Junco de três mastros.

 

A resposta de Mama foi imediata e reflexiva.

 

— E você confia nessa fonte?

 

— Sim. Sim, eu confio. — Yangchen se sentiu mais energizada agora que a comida tinha assentado. Ela decidiu que havia desdenhado demais das informações de Mama.

 

— Me mostre a área onde os distúrbios espirituais foram relatados.

 

— Eu posso fazer isso. — Mama levou a xícara até os lábios, mas depois a abaixou. — Você quer dizer, agora? Você mal dormiu!

 

Yangchen jogou fora o cobertor e ficou de pé.

 

— A noite está clara. Há luz da lua suficiente. E eu te disse como eu me sinto sobre esperar.

 

Quem quer que Mama fosse, ela tinha influência suficiente para sair de Port Tuugaq tarde da noite com uma convidada a tiracolo. Ela acenou um par de passes para os guardas do portão, mas nem ao menos se preocupou em deixar Yangchen segurar o dela.

 

Quando elas estavam longe o bastante, Yangchen assobiou para Nujian. Ela notou a tranquilidade de Mama em torno do bisão gigante. Elas subiram e voaram mais para o interior, sobre uma fresca camada de neve açucarada.

 

— Lá — disse Mama, apontando para uma grande colina distante.

 

Elas pousaram no ponto mais alto, onde um lado caia abruptamente em um penhasco. A poeira atingiu seus joelhos quando elas desceram de Nujian. Yangchen esfregou seus braços enquanto olhava ao redor, primeiro para baixo da encosta branca da colina, e depois para o campo no qual o penhasco estava sobre. Nenhum rastro desde que a neve tinha caído.

 

— Você sente algum espírito? — perguntou Mama.

 

Yangchen não sentia. Esta área estava simplesmente… vazia. Nenhuma criatura viva nascida em qualquer mundo parecia quere-la. Ela se perguntou como seria viver aqui, sozinha.

 

— Nenhum.

 

Ela seria a primeira a desistir e propor voltar. Mas uma sombra chamou sua atenção, ou melhor, várias delas chamaram. Ela virou a cabeça e olhou de volta para o campo.

 

— Você vê essas depressões? — perguntou ela.

 

— Espera aí, olhos velhos. — disse Mama. Ela apertou os olhos e franziu a testa — Você quer dizer aquelas depressões muito regularmente espaçadas.

 

— Como tortas em uma bandeja. — A neve à esquerda e à direita estava completamente plana, mas aqui, sob o penhasco…

 

Estava no caminho da paisagem que ela realmente queria ver.

 

— Fique atrás de Nujian. — disse Yangchen — Os ventos estão prestes a aumentar. — Ela deu uma corrida e saltou da beira do penhasco.

 

Ela se certificou de cair um pouco antes de desacelerar sua descida com Dobra de Ar, torcendo-se em uma posição de Lótus Completa. Se ela entrasse no Estado Avatar abaixo do topo do penhasco, haveria menos perigo para sua única espectadora. Com as estrelas acima e a neve abaixo, Yangchen fechou seus olhos e deixou-se suspender, desancorada. Aberta e vulnerável ao poder acumulado de suas vidas passadas.

 

Se futuros Avatares olhassem de volta para esse momento, ela esperava que eles não a julgassem, usando sua mais incrível habilidade para uma pequena limpeza. Ela varreu o campo inteiro, derretendo a neve, empurrando-a para o lado, montando vórtices de um lado para o outro, até que um trabalho que normalmente levava uma mudança de estação, fosse finalizado em poucos minutos. Uma vez que a terra de cascalho abaixo foi exposta, ela aterrissou e deixou a onda de energia se dissipar. Após sua batalha com o General Ferro Velho, ela achou o Estado Avatar mais fácil de invocar. Mas ela não poderia agarrar-se a isso mais do que um nadador podia agarrar-se a uma onda.

 

Yangchen andou pelo campo descongelado, uma primavera antecipada de sua própria confecção. O chão foi manchado com crateras. Os maiores buracos eram tão largos quanto casas. E eles eram todos redondos.

 

Ela deu uma olhada mais de perto, deslizando para dentro de uma das depressões. Era quase tão grande quanto uma sala de estar. Dentro da bacia, pedaços de carvalho haviam derretido e enegrecido. O barro abaixo tinha sido escavado por alguma grande força. Um meteoro? Ela pensou. Um meteoro se encaixaria perfeitamente, mas não haviam pedaços de minério por perto, nenhum buraco de impacto profundo no solo. E os sinais normais de dominação, mesmo quando fogo e terra se chocavam, não combinavam com o ambiente ao seu redor.

 

Yangchen ouviu os ecos de um grito e virou-se. Sua companheira de investigação acenou com as mãos no topo da colina, dizendo-lhe para voltar.

 

— Ficar lá embaixo foi uma perda de tempo — disse Mama uma vez que ela retornou — Você pode ler uma história melhor daqui de cima. Olhe.

 

De seu terreno elevado, as crateras expostas faziam uma série de arcos semicirculares perfeitos. Um perto, um longe, um bem no meio, dividindo a distância.

 

— Você vê aquelas rochas brilhantes? As que não parecem pertencer?

 

Deste ângulo e distância, o luar brilhou contra pequenas pilhas de pedras que deviam conter mineral reflexivo. Elas estavam regularmente colocadas, como se para fazer uma grade imaginária, que se estreitava até atingir a colina como seu ponto focal.

 

— Aqueles são marcadores de distância — disse Mama — Engenheiros de cerco da Nação do Fogo os usam para testar arremessos de fundas, bestas e lançadores de projéteis.  Soldados Dominadores de Terra praticam em campos como esse para que possam ser classificados por poder e precisão.

 

— Mas não há nenhuma máquina de guerra nas Quatro Nações que poderia ter criado aquelas crateras — disse Yangchen — E elas não se parecem com o resultado de nenhum tipo de dominação que eu já tenha visto.

 

— Eu não posso explicar tudo — disse Mama — Eu só posso te dizer o que eu acho. E agora, eu acho que esse lugar inteiro é um alvo.

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Capítulo 33