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A Aurora de Yangchen: Um Encontro de Mentes

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Depois de Yangchen derrubar Kavik na água — seu grito de choque valeu a viagem por si só — ela se juntou à procissão de Nômades do Ar e seu caminho para Jonduri. Como sua visita à cidade insular fazia parte de sua agenda pública, os moradores sabiam que ela estava chegando e a saudaram com força total. A área de aterrissagem, um pequeno platô nas colinas mais baixas, estava cercado por uma grande multidão aplaudindo e acenando com fitas amarelas e laranjas em padrões coordenados. Yangchen podia ver diretores entre eles, exortando suas seções. Mais! Mais entusiasmo para o Avatar!

 

Ela e seus companheiros dominadores de ar pousaram e imediatamente foram regados com pétalas de flores atiradas para o alto. Crianças sorrindo, sem dúvidas selecionadas para a honra, fizeram uma reverência baixa para que pudessem colocar guirlandas feitas de mais flores ao redor de seus pescoços.

 

Apesar das grandes boas vindas que Sidao havia organizado para ela com antecedência, seu ministro não se encontrava em lugar nenhum. Um homem recatado, bem vestido com uma cicatriz sobre a sobrancelha foi a única pessoa que ousou falar com ela diretamente. Ele era o representante da Zongdu Chaisee, e estava feliz em levar a Avatar a ela enquanto o resto do grupo de viajantes era acomodado. Seu nome? Oh, não importava.

 

Yangchen compartilhou um olhar com Samten, o ancião do Norte que estava encarregado de organizar essa viagem. Ele não fazia parte da missão. Samten e os outros monges estavam viajando como dominadores de Ar comuns, e a presença de Yangchen era a aberração que causou essa recepção exagerada. Ele murmurou Vamos ficar bem, pouco antes o toque de várias buzinas o assustar.

 

Ela deixou a companhia de seus animais com Samten. O representante de Chaisee a guiou por um caminho que os levou para longe da cidade principal e passou pelos complexos de Shang aninhados nas profundezas da vegetação de uma forma que apenas suas entradas eram visíveis. Por fim, chegaram a uma passarela perfeitamente nivelada que levava à uma pequena casa quadrada que se projetava para fora da encosta.

 

A residência de Zongdu era extremamente plana comparada com alguns dos portões dourados que Yangchen viu no caminho acima. Se ela não soubesse quem a esperava lá dentro, ela teria pensado que era a casa de um médico do interior, ou um laboratório de pesquisa de um professor da Universidade de Ba Sing Se. Era provavelmente o ponto mais alto para caminhar na ilha.

 

A elevação dava uma vista perfeita da cidade abaixo, permitindo a qualquer um ali dentro ver os barcos chegando ao porto e as multidões de comerciantes lotando o mercado. Kavik já estaria lá embaixo, se tudo tivesse corrido de acordo com o plano. Ela evitou olhar muito atentamente para a área geral da casa segura e adentrou.

 

O Salão da casa de Chaisee foi construído a partir de madeira exposta tratada para se manter reta na umidade. Havia duas cadeiras e uma pequena mesa lateral em frente a uma mesa, mas nenhum adorno cobria as paredes, nenhuma peça de cerâmica independente para preencher o espaço vazio. Era como se seu escritório fosse um local de treinamento para lutadores desarmados e precisasse estar pronto para seu uso original a qualquer momento.

 

O único potencial indicador da personalidade de sua anfitriã era a enorme estante de livros atrás da mesa. Yangchen se concentrou nos espinhos dentro do alcance da cadeira.

 

Não havia organização por assunto. As pérolas de Laghima. Ela sabia esses ensaios de cor, uma das muitas tentativas de interpretar os ensinamentos do guru mais lendário de seu povo. Os Dez Capítulos dos Círculos Celestiais e Outras Matemáticas Engenhosas de Huiliu. Ela leu esses também — ou havia sido outro Avatar? O tratado explicava como calcular a razão interminável entre a parte externa de um círculo e sua largura usando formas retas cada vez mais estreitas.

 

A Chama na Mente: Oscilações e Harmonias, uma antiga e popular compilação de técnicas para auxiliar na meditação através das Quatro Nações. Ele descreve o incenso e as tigelas de canto dos Nômades do Ar, as velas de foco bruxuleante dos Sábios do Fogo, as batidas dos Tambores das Tribos da Água, as escovas de arame usadas no Reino da Terra para golpear levemente os membros e desbloquear os caminhos do Chi. Havia um interesse comum pelo mundo em se perder com a ajuda da luz, do som e dos sentidos.

 

Yangchen não reconheceu o pequeno e fino volume deitado e torto por si só, tão gasto quanto um manual de referência. As Obras Completas de Shoken. Quem quer que fosse Shoken, essa pessoa não teve uma carreira muito longa. Ou talvez fosse apenas muito conciso.

 

Sua curiosidade foi interrompida por Chaisee, entrando lentamente pela porta distante para dentro da sala. A Zongdu de Jonduri era um pouco mais velha que Henshe, por volta dos trinta. Uma mulher baixinha que mantinha seu cabelo e suas vestes retas.

 

Para a surpresa de Yangchen, Chaisee estava grávida por volta de 7 meses. Nenhum dos relatórios que leu sobre ela no último ano mencionou esse detalhe.

 

— Zongdu Chaisee. — Disse Yangchen, se levantando para cumprimentá-la. — Meus parabéns. Eu não sabia que você estava grávida. — Ela foi ajudar a mulher mais velha a se sentar em uma das cadeiras. Mas Chaisee acenou para que ela se afastasse.

 

— Por favor Avatar, sente-se. Você é minha convidada, e eu estou honrada com sua presença. — A Zongdu se virou para seu empregado que estava vagando atrás de Yangchen. — Traga um pouco de chá, sim? — O homem fez uma reverência e saiu. Houve um silêncio momentâneo enquanto Yangchen aguardava o pedido inevitável. Futuros pais eram alguns dos que mais buscavam as bênçãos dos Nômades do Ar, um serviço que ela estava feliz em prestar. Mas Chaisee não pediu. Ela se contentou em sentar-se calmamente e deixar sua visitante falar primeiro.

 

Yangchen tossiu. Um falso início de conversa. Culpa dela por assumir.

 

Ela se lembrou do plano. Atuar como um Avatar visitante. E sair. O trabalho de verdade iria começar depois que ela se encontrasse com Kavik na casa segura. Nesse momento, ela precisava somente justificar sua presença.

 

— Eu estava admirando seus livros. — Ela disse para simplificar as coisas. — Nós temos gostos similares, ao que parece. Embora eu ainda não tenha lido nada de Shoken ainda.

 

— Oh, mas você deve. — Chaisee tinha uma voz suave, livre de toques excessivos, muito parecido com sua mobília. — Ele coloca os seres humanos apenas como superfícies, pontos de contato que não existem a menos que nos conectemos com os outros e com o mundo ao nosso redor. O único espaço onde uma estrada e uma roda se tornam relevantes é a infinitamente fina, e em constante mudança faixa onde elas se tocam. Juntas, a carroça anda.

 

— Negação do eu. — Disse Yangchen. — Um conceito muito Nômade do Ar. — Chaisee assentiu.

 

— Ele era um contemporâneo de seu Grande Laghima. Embora ele possa ser um pouco mais propenso ao drama em seu fraseado. “Para possuir uma mente, destrua-a primeiro.” Soa como uma versão mais dura de Esvazie, e se torne Vento, não?

 

— Sim. De qual nação ele é?

 

— Shoken? Desconhecida, como eu. Provavelmente é por isso que me identifico com ele. — Yangchen franziu a testa da forma mais educada que pode.

 

— Eu achava que a Zongdu de Jonduri certamente seria escolhida dos súditos do Senhor do Fogo.

 

— Sim, mas essa é mais uma questão geográfica que de sangue. — Disse Chaisee. — Eu não sou realmente da Nação do Fogo, não rastreável dessa forma. Eu cresci numa pequena ilha ao sul de Mo Ce, a filha de mergulhadores de mariscos. Sem dominadores de nenhum tipo na família, nenhuma tradição de família para defender. Minha própria ascendência permanece um mistério para mim, o que é triste, suponho, mas comum o suficiente para aqueles de nós que vem do meio dos lugares. — Ela lançou um olhar direto em seus olhos. Eles eram cor de avelã.

 

— Você alcançou grandes alturas. Eu sei que Chefe Oyaluk e o Rei da Terra Feishan invejam Jonduri como a joia do Sistema Shang. — A tentativa de bajulação só fez a Zongdu encolher os ombros.

 

— Se tem uma coisa que eu posso me orgulhar, é que eu transformei essa cidade em um lugar que não se importa quais suas origens. As oportunidades estão disponíveis para as pessoas de todo o mundo. Tradições ocultas podem ser deixadas de lado.

 

— Em favor dos negócios. — Disse Yangchen, acentuando uma nota involuntária à palavra.

 

— Sim, em favor dos negócios.

 

Yangchen deixou uma pausa no ar por um instante enquanto considerava como conduzir a conversa. Além de transmitir o pedido da Unanimidade, Sidao deve ter informado Chaisee sobre o ultimato desastroso em Bin-Er. Entre antes e agora, a Avatar teria decidido continuar ameaçando os Shangs usando o Chefe de Estado mais próximo como sua arma, ou ela teria visto o erro em sua abordagem?

 

Era melhor se encaixar na sua imagem. Ela era uma jovem Nômade do Ar, e apesar das evidências contrárias, não era uma completa idiota. Ela teria ficado envergonhada com ela mesmo depois de Bin-Er. Ela estava envergonhada consigo mesma.

 

— Zongdu Chaisee, a verdade é… Eu tenho graves preocupações sobre a natureza do próprio sistema Shang. Eu não quero manchar suas conquistas, mas elas repousam em uma base em desequilíbrio. Um pequeno número de pessoas colhe desproporcionalmente ao que semeou, enquanto mais e mais pessoas comuns-

 

— Pare eu imploro. — Disse Chaisee gentilmente. — Você não precisa entrar em todos os detalhes. Eu sei o que ocorreu em Bin-Er. — Yangchen torceu suas vestes, fingindo ser pega de surpresa pela líder mais velha e experiente.

 

— O ministro Sidao já deve ter lhe explicado o assunto. Por que ele não está aqui? — A pergunta serviu com o propósito de fazê-la parecer uma criança em busca da mão firme de seu conselheiro mais velho, mas ela também precisava saber.

 

— Ele tomou a decisão de voltar para Bin-Er depois de ajudar a me preparar sua chegada. — Respondeu Chaisee. — Apesar de sua pequena estadia, eu entendo muito bem o que você procura. Você veio até aqui para tentar passar sua mensagem novamente em Jonduri. Estou certa? — Mais ou menos.

 

— Sua percepção está certa. — Disse Yangchen.

 

— Pedir para um Shang para repartir seu ouro é como querer regar um deserto. Difícil. Tolo. — A Zongdu balançou sua cabeça de um lado para o outro. — Mas pode ser feito.

 

— Perdão?

 

— Pode ser feito. Nós podemos tornar a cidade mais justa, um lugar mais equilibrado.

 

— Me perdoe. — disse Yangchen, um rubor subindo seu pescoço. — Está falando de Jonduri ou Bin-Er?

 

— Ambas. Port Tuugaq e Taku também, desde que sejamos pacientes. Os Shangs dessa ilha farão como eu disser. Mas eu não tenho tanta influência além do mar, e velhos rabugentos como Teiin precisam ser contatados de uma certa maneira. Eu ouvi de Sidao que você fez menção às reformas históricas em Omashu como exemplo. Eu estou familiarizada com elas, o que pode acelerar as coisas. — Yangchen não podia acreditar. A Zongdu de Jonduri não estava apenas atendendo aos pedidos da Avatar, mas se oferecendo para ajudar. Ela jogou seu peso contra a porta, e a encontrou destrancada.

 

A esperança se contorceu em seu peito. Ela teve que cutucar a bochecha com a língua para não sorrir como uma tola. Sua contraparte em Bin-Er não foi tão decisiva assim.

 

— Henshe é um conjunto vazio de roupas, que só conseguiu sua posição porque fica bem na frente de uma multidão. — Chaisee comentou, pontuando sua avaliação com uma fungada. — Agora que nós duas nos conhecemos e estamos do mesmo lado,  podemos focar na ação. A estrada e a roda, juntas. — Yangchen estava errada o tempo todo. Não haveria necessidade de trapaça. Tinha sido apenas uma questão de falar com a pessoa certa. A camada superficial, a fruta que realmente importava, era tão profunda quanto eles podiam ir. Ela não teria que visitar o Rei da Terra Feishan e dar desagradáveis verdades sobre a má conduta dos Shangs —

 

Oh. 

 

Ela estava obtendo tudo o que queria, não estava?

 

Yangchen teve uma breve sensação de queda, o chão se curvando para longe de seus pés. Ela quase disse Ohnovamente em voz alta, tão chocante foi o impacto da aterrissagem.

 

Como os pais lidam com crianças birrentas? Como você diz não sem dizer não? Dizendo sim, e simplesmente não fazendo nada depois. Chaisee tinha entregado a conformidade na frente de Yangchen e ela abocanhou como isca em um anzol, mesmo que ela estivesse falando com a mesma mulher em que Henshe estava confiando para entregar um bem que lhes garantiria impunidade completa. Avatar não estava sendo ajudada. Ela estava sendo manipulada.

 

O ranger das tábuas do assoalho anunciou o retorno do empregado. Ele colocou uma xícara fumegante de chá na frente de Yangchen e serviu água quente para Chaisee. Yangchen pegou sua bebida, mas não conseguiu reunir energia para levá-la aos lábios. Ela segurou a xícara, o calor amortecendo seus dedos.

 

— Há algo que a desagrada? — Perguntou Chaisee.

 

— Não. — Respondeu Yangchen. — É só que… quanto tempo você acha que essas reformas podem levar?

 

— O tempo que for necessário. — Boa resposta. Para alguém que está sendo convincente

 

— Tanto esforço executado sem problemas, levaria muitos anos? — Yangchen balançou as consequências de Tienhaishi de sua cabeça. A batalha de uma única noite. Tanto tempo para ver seu fim. — Eu posso acabar precisando trabalhar com um de seus sucessores, e eu não sei se serão tão capazes ou comprometidos. Poderia haver um plano ou uma brecha para mantê-la em seu cargo como Zongdu além dos limites de seu mandato? — Os olhos de Chaisee piscaram na direção de seu empregado, que esperava para ser dispensado. Sua mão deslizou para sua barriga.

 

— Não. — Ela disse rapidamente. — Esta é uma das regras inquebráveis da minha posição. Nós temos que fazer o máximo que pudermos com o tempo que nos é dado. — Yangchen não podia concordar mais. — Avatar, se importaria de se juntar a mim em uma curta caminhada no meu jardim? — Chaisee perguntou. — O chá se beneficiaria de uma longa maceração.

 


 

Mal havia uma distinção entre a vegetação selvagem circundante das plantas curadas pertencentes à propriedade. A doce fragrância das orquídeas trepadeiras pesavam no nariz.

 

— Você tem certeza de que não está se esforçando muito? — Yangchen perguntou enquanto elas seguiam pelo caminho de cascalho. Ela movia para o lado as plantas e galhos pendurados para elas duas. Debaixo de uma árvore ela notou uma pilha de cascas de ovos quebradas que deviam pertencer a um pássaro de tamanho considerável, e quando olhou para cima ela viu um apoio feito de tábuas, segurando o ninho. Águia-Corvo a julgar pelas penas perdidas.

 

— É bom para meus pés inchados. Avatar, eu tenho que lhe dar um pequeno conselho. Seja cuidadosa com o que diz perto de pessoas que você não conhece. Até onde sei, meu empregado é um espião do Senhor do Fogo. — Yangchen virou sua cabeça em surpresa e foi golpeada por folhas de orvalho. Ela manteve Sidao na lista, sim, mas ela nunca deixaria alguém que ela suspeitasse chegar tão perto dos lugares onde ela morava e comia. Seus momentos de folga, seus lares nos Templos de Ar, e especialmente o do Oeste, eram invioláveis para ela.

 

— Você tem certeza?

 

— Eu tenho. — Chaisee ajustou o ombro do robe de linho. — Senhor do Fogo Gonryu gosta da receita que eu trago para ele, mas ele não deseja ver Zongdu nenhum em particular permanecer. Se ele acreditasse que eu intenciono ficar mais tempo que meu mandato permite, haveria muitos problemas.

 

— Me desculpe. —  Disse Yangchen. — E-Eu não consigo imaginar como deve ser. Viver sua vida sendo espionada.

 

— Eu poderia ensiná-la muitas coisas sobre essa experiência. Por hora, o homem é um instrumento útil para garantir que o Senhor do Fogo Gonryu escute o que eu quero que ele escute. Uma vez que isso não seja mais verdade eu me livro dele. — Yangchen parou.

 

— O que você quer dizer com isso?

 

— Digo, eu o faço desaparecer de tal forma que seus mestres vão se perguntar se ele já existiu em primeiro lugar. As pessoas vão tomar tantas liberdades com você quanto você permitir, Avatar. Eu poderia ensiná-la a lidar com essas ofensas apropriadamente. — Chaisee ainda estava pensando em dar conselhos. Filosofia. Ela não viu nada de errado com o que dizia, e ultrapassou Yangchen pelo caminho como se estivesse perdida em pensamentos.

 

— Por exemplo. Eu sei que rufiões tentaram atirar pedras em você em Bin-Er. — Ela disse. — Atacar o Avatar nas ruas? Tal coisa jamais aconteceria em Jonduri. Vergonhosa, a forma como Henshe não fez nada para encontrar os agressores. Se fosse eu, teria pregado suas mãos em seus crânios assim eles poderiam implorar por seu perdão na pose apropriada. E com o nível apropriado de entusiasmo. Uma vez que se pode sobreviver facilmente a tal punição. — Chaisee andou mais alguns passos antes de notar que Yangchen não a seguia e virou-se lentamente. A Avatar olhou a Zongdu debaixo, ambas cercadas por bambus verdes. A vegetação parecia aproximá-las para perto como jogadores incitando um par de grilos-caracol.

 

— Você pode evitar as piadas terríveis na minha presença. — Disse Yangchen. Deleitar-se com violência em sua frente? Não. Tinha que haver um limite, onde as brincadeiras paravam e as máscaras eram colocadas de lado. — E você vai cessar qualquer crença que possa ter que eu faria parte de tais atos hediondos. — Chaisee respirou profundamente pelo nariz.

 

— Eu a ofendi. Eu pensei que uma líder na sua posição poderia estar receptiva a discutir várias estratégias. É claro, minhas palavras foram todas hipotéticas. — Ela se curvou ligeiramente, limitada em sua amplitude de movimento. — Eu peço perdão. Talvez devêssemos encerrar nossa visita por enquanto.

 


 

A pedido de Chaisee, Yangchen esperou na entrada enquanto a Zongdu entrou para buscar algo. Ela emergiu da casa segurando um fino livro, encarnado com barbante.

 

As palavras de Shoken. Chaisee o colocou nas mãos de Yangchen.

 


 

— No meu vilarejo de infância, era do nosso costume presentear um hóspede de honra com um presente de valor pessoal em sua partida. A prática garante um elo entre o passado do anfitrião e o futuro do hóspede. — Fez uma pausa, olhando diretamente para Yangchen. — Eu a vejo como uma grande Avatar em desenvolvimento, e espero estar em acordo com você.

 

Yangchen refletiu sobre o verdadeiro significado da Unanimidade enquanto ouvia. Ela pensou no sorriso apertado de moradores selecionados, na manipulação de imagem e informação, e na ameaça subentendida de violência. A ordem de Jonduri dependia de controle. Henshe, com seu poder descontrolado, era uma ameaça inexperiente. Mas Chaise, sem restrições… Yangchen não conseguia prever sua forma final. A ideia de uma bola de gude esperando para ser libertada de suas barreiras a assustava.

 

Ela sabia que tinha que alcançar a cidade abaixo, disfarçada, para confirmar a segurança de Kavik. A partir daí, poderiam começar a localizar o carregamento crítico.

 

— Mais uma coisa. — Disse Chaisee, quebrando o fluxo dos pensamentos de Yangchen.

 

— Tenho uma mensagem para você que chegou até mim por engano. — Ela tirou da manga um pequeno pergaminho dobrado e rasgado.

 

Yangchen pegou o pergaminho, franzindo a testa com a improbabilidade da situação.

 

— Como você conseguiu isso? — Havia um arranhão nas costas do pergaminho, e um ponto marrom que poderia ser uma mancha de sangue seco.

 

— Eu encontrei por acaso um falcão mensageiro ferido na encosta. Jonduri fica embaixo de várias rotas de voo, e às vezes, os animais acabam aqui quando não deveriam. Eles são convenientes, rápidos, mas não infalíveis. Nada substitui um confiável entregador humano. — Yangchen desenrolou o papel e leu. A mensagem estava de fato dirigida a ela. Algumas palavras e seus dedos começaram a tremer.

 

— Do Duque Zolian do clã Saowon. — Disse Chaisee. — Perdão por ler sua correspondência, mas não sabia que era apenas para os olhos do Avatar. Parece que as coisas pioraram em Ma’inka desde sua última visita. Eu nunca ouvi o duque usar um linguajar tão desesperado antes.

 

Yangchen amassou o pergaminho em seu punho. Ela o apertou até que explodiu em chamas, transformando-o em cinzas contra sua pele. Apesar de sua repreensão anterior a Chaisee, ela nunca esteve tão perto de querer cometer violência premeditada.

 

— Aquelas pobres crianças. — Disse Chaisee. — Você pode imaginar como meu coração está com elas.

 

A Zongdu de Jonduri encarava o mar distante. De sua casa, ela podia ver o porto, todos os navios entrando e saindo de seus domínios.

 

— Eu presumo que você vá querer apressar-se para Ma’inka imediatamente. — Ela disse para Yangchen. — Cada momento gasto aqui pode significar outra vida perdida.

 

Chaise sorriu levemente para a brisa.

 

— E esta é uma coisa que não podemos tolerar agora, não é?

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Capítulo 20