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A Aurora de Yangchen: Opções Externas

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O resto do plano… Henshe lavou o rosto com a água da bacia.

 

Estava tão fria que deixaria seus lábios azulados se mergulhasse toda a cabeça por um minuto. Ele era um “Mediterrâneo”, como os jovens da Tribo da Água de Bin-Er costumavam apelidar aqueles que vinham do Reino da Terra e da Nação do Fogo, embora ele nunca tenha se importado com o clima frígido. Este sempre foi o menor dos seus problemas.

 

Ele espremia bem seus olhos, deixando o líquido descer até o seu nariz. E então agarrou a pequena bacia de madeira e a jogou contra a parede das barracas vazias ao longe. A água se esparramou no chão. A bacia fez um barulho oco e quicou ao invés de quebrar, ascendendo a sua raiva.

 

Ele estava reduzido a isso. Se escondendo nas casas de banho, chorando. Ele queria gritar por toda essa injustiça.

 

Henshe tomou seu tempo em secar seu rosto com a manga da roupa. Se lavar era um dos poucos momentos do dia em que ele não estava à disposição de Shangs. Pertubariam-no em seus sonhos, se pudessem. Ele caminhou entre as camas vazias de madeira e as barracas desarmadas. Bin-Er, como as cidades irmãs em outras nações, estava disposta a nada mais do que se proteger contra as terras soberanas ao redor.

 

Nos corredores, acenou à líder dos vigias, uma jovem mulher chamada Miki. Ela posicionou alguns guardas ao redor das janelas e extremidades do lugar, e ordenou que ficassem atentos a qualquer coisa suspeita.

 

— Onde está o Avatar? — ele perguntou.

 

— Ela saiu. Eu a vi pegando seu Bisão.

 

— E o parceiro dela? — Miki arregalou os olhos.

 

— Eu não sei.

 

Henshe a encarou.

 

— Você perdeu de vista um senhor lento de meia idade?

 

A mulher não conseguia responder. Era uma não-dominadora com um irmão pequeno em casa, Henshe se lembrava. Ele não era muito saudável, sempre doente com algum tipo de tosse ou outra coisa.

 

— Quer saber, Miki. — Disse Henshe encostando em um andaime de bambu medindo até a janela mais alta, de um trabalho de repintura interno já abandonado pela metade — Por que você não checa se ele não está na cobertura, espionando a gente agora mesmo?

 

— A— a cobertura, senhor?

 

— Eu sei, está torta e coberta de gelo, mas é onde eu realmente preciso de você agora.

 

Henshe colocou a mão no ombro dela.

 

— Já estivemos em desvantagem, porque não imaginamos alguém nos observando de uma posição elevada. Vamos evitar esse erro pela segunda vez.

 

Henshe pagava por todos os vigias de seu próprio bolso, e ele havia propositalmente escolhido pessoas com poucas alternativas de como ganhar a vida. Sem sua ajuda contínua, elas com certeza ainda estariam nas ruas.

 

Os lábios de Miki tremulavam, mas mesmo assim ela foi até os andaimes e, com dificuldade, escalou pouco a pouco até chegar no primeiro nível.

 

Os ligamentos daquela estrutura estavam um pouco soltos. Os bambus tremiam e rachavam por conta do peso dela, a poeira acumulada estava caindo aos montes. Ela olhou para baixo pelos ombros, antes de subir mais um pouco. Henshe sorria a encorajando.

 

— Você está indo bem, Miki, — ele falava — Bom trabalho.

 


 

Respirar fundo algumas vezes foi necessário, antes de abrir as portas do salão de assembleia. Alguns homens e mulheres já estavam em pé esperando. Se fossem espelhos refletindo o sol, ele sabia que estaria cozinhando vivo.

 

Henshe manteve o sorriso amarelo.

 

— Que bela reunião, não é?

Teiin, famoso entre os cidadãos de Bin-Er por nunca falar uma palavra que seja em público, foi o primeiro a perder a cabeça.

 

— Eu não gosto de ser acusado, Henshe! — Ele gritava. — Eu não gosto de ser acusado! Você disse que lidaria com o Avatar! Isso não é lidar!

 

Teiin se virou para poder reclamar com Sidao, quem supostamente deveria ser seu espião no interior do grupo do Avatar.

 

— E você! Para que você foi pago, seu idiota? Você deixou que ela explorasse as docas por quase um mês? Quão difícil pode ser rastrear uma única garota?

 

— Ela é imprevisível! — Sidao lamentava. — Nada disso teria acontecido se todos vocês tivessem mantido o percurso dentro dos limites!

 

Resposta errada. As pessoas que te pagaram nunca deveriam ser as culpadas. Henshe observava enquanto os mercadores cercavam Sidao, como um bando de peixes devorando um cadáver flutuante na água. Algo nesta cidade arrancava a educação das pessoas e deixava exposto os esqueletos podres que haviam por baixo.

Alguém de alto nível da Nação do Fogo jamais faria birra em uma reunião formal. Um nobre do Reino da Terra se esqueceria de manter a expressão controlada? Um comerciante da Tribo da Água contendo a legendária generosidade de seu povo? Nunca ocorreu algo assim. A não ser que fossem Shangs.

 

Uma Nômade do Ar nos pegando pela garganta, Henshe refletia. Somente em Bin-Er.

 

Por mais divertido que fosse assistir Sidao sofrer em seu lugar, pra variar, Henshe precisava fazer o seu trabalho. Ele se dirigiu ao estrado elevado em que o Avatar havia sentado e bateu o seu pé como as autoridades do passado faziam.

 

— Meus amigos — ele disse. — Por favor se acalmem!

 

A senhora Noehi, quem havia gostado tanto de provocar o Avatar mais cedo, roía suas unhas de forma voraz.

 

— Nos Acalmar?! O Rei da terra vai nos arrasar ao chão, Henshe! Tente você se acalmar!

 

Ele estava. Estava tentando. Ao contrário dos demais, ele não podia demonstrar pânico tão publicamente. Henshe continuava a bater uma pequena prancheta na mesa até que todos prestassem atenção a ele.

 

— Meus estimados amigos! É difícil de acreditar, mas devemos gratidão à jovem Avatar.

 

Não havia como Henshe escapar dizendo aquilo se não tivesse uma solução na manga. Assim os Shangs dariam a ele o benefício da dúvida e permitiram que ele continuasse.

 

— Ela nos lembrou de uma falha fatal em nosso sistema, — Ele dizia — Nós existimos pura e unicamente sobre o capricho de um Rei da Terra ousado. Não estamos menos vulneráveis ao Senhor do Fogo, ou ao Chefe da Tribo da Água, não há motivo para recuar com seus acordos comerciais. Qualquer líder de estado poderia acabar conosco se quisesse.

 

Noehi bufava.

 

— Está dizendo que você pensou em um jeito de consertar essa falha?

 

— Sim, estou. Você já me ouviu falando a respeito antes, Unânimidade.

 

Alguns dos Shangs mais novos, que haviam entrado recentemente em suas posições, não reconheciam o termo.

 

— Pensei que a Unanimidade era a caça de um macaco-ganso, — Dizia o velho e robusto Teiin. — A obsessão teórica de seu antecessor. Ele nunca compartilhou conosco os detalhes, somente as possibilidades.

 

— Eu lhes garanto que é totalmente real, e já está finalizada. — Henshe dizia. — Dooshim estava trabalhando nisso com Zongdu Chaisee de Jonduri, caso algum cenário como esse possivelmente acontecesse.

 

Os Shangs estavam nervosos, apesar do projeto representar a resposta exata que eles estavam buscando. Henshe achava essa indecisão deles abominável.

 

— Fomos pegos em uma posição ruim, — Henshe dizia. — Unanimidade é como iremos recuperar nossos fundos. Nunca tivemos uma posição sólida para nos assegurar quando negociávamos com o Rei da Terra, mas agora temos.

 

Ele se sentou no estrado elevado entre o Grande assento e a pequena tábua onde ficava o chá do Avatar.

 

— Se trouxermos isso à tona, nem o Avatar ou o Rei da Terra terão poder sobre nós. Teremos impunidade absoluta. O Rei da Terra vai assinar qualquer acordo que quiserem. Poderemos reescrever as leis de Omashu se quisermos. E o Avatar será forçada a manter o nariz fora dos nossos assuntos.

 

Foi naquele momento que o erro aconteceu. Para chegar a um acordo sobre algo, você promete primeiro e se preocupa com a entrega depois. Vende a Lua pelo preço de uma peça de prata e entrega uma escada em seguida.

 

— Agora, — Henshe falava — Vou fazer o que sempre fiz e resolver esse problema pra vocês. Alguma objeção?

 

Nenhuma, pra variar. Henshe pegou o chá que estava pela metade, deixado pelo Avatar e ergueu. Brindando a si mesmo já que ninguém o faria, usando as palavras de seu oponente.

 

— Ao nosso futuro. — Bebendo o resto do chá.

 


 

Uma das partes mais estúpidas em ser um zongdu era como você era julgado diariamente, a cada instante basicamente. Tenha uma conversa ruim de manhã e você se torna uma falha para sempre. Fale de forma convincente à tarde e você está firme. Uma presença confiável.

 

Hoje Henshe estava tão-tão focado em seu trabalho. Ele trouxe um resquício de esperança em meio a um desastre com nada além de pura confiança. Assim que os Shangs saíram, a Senhorita Noehi lhe dirigiu algumas palavras.

 

— O que é meu é meu, Henshe, — Ela dizia. — Eu não vou desistir do que é meu por direito. É melhor que esteja a par disso.

 

— Claro. — Henshe segurou o riso com um sorriso de canto.

 

Noehi agia como se tivesse arrancado suas riquezas das profundezas do oceano com as próprias mãos, quando na verdade nunca deve ter visto uma ostra sem que já estivesse descascada. O pai dela tem monopólio das pérolas simplesmente porque teve o mesmo professor de caligrafia que o Rei da Terra, falecendo pouco depois, após um ataque cardíaco, deixando todo o seu negócio para a filha.

 

Merecimento. Essa era a questão com os comerciantes. Eles fingem que são empreendedores e se arriscam a falar sobre, quando na verdade tudo que fazem é beber de um rio que não é permitido se aproximar.

 

Assim que saíram, Henshe não percebeu que o Ministro Sidao ainda estava presente. Uma vez que estavam somente os dois ali, o conselheiro da Avatar se sentou e abraçou as pernas, como se Henshe se importasse com os problemas dele e oferecesse um ombro para chorar.

 

— Eu me queimei, — Sidao murmurava. — Não tem como Teiin ou qualquer outro me manter depois do que aconteceu aqui.

 

Você é velho o suficiente para ser meu pai, sua patética lesma do mar. 

 

— Não se preocupe com isso, — Henshe dizia, encarando as costas do homem. — Você não estará em apuros até que assinem a sua demissão. De fato, você tem a ação mais importante para tomar aqui. Preciso que você entregue pessoalmente a mensagem a casa de Zongdu em Jonduri, que estamos seguindo adiante com a Unanimidade. Eles precisam parar com a vagas e garantir que os navios cheguem a Bin-Er o mais rápido possível.

 

Sidao acariciava sua barba, se apegando à uma leve esperança de que seus bolsos continuariam cheios como sempre.

 

— Você não enviará a ela um Falcão mensageiro?

 

— Chaisee não toma negócios importantes por falcões; ela não os considera seguros o suficiente. — Uma das chateações de Henshe com ela. — Isso vai precisar de uma visita pessoalmente”.

 

— O que é exatamente essa Unanimidade?

 

Como se eu fosse compartilhar essa informação com alguém como você. 

 

— Um meio de construir um argumento bem convincente. Chaisee explicará tudo assim que você entregar a mensagem a ela.

 

— Meus direitos de viagem estão relacionados aos negócios oficiais do Avatar, — Sidao dizia. — Vou ter que enganá-la para considerar essa parada em Jonduri como oficial.

 

Henshe estava surpreso pela peculiaridade de dois homens crescidos dedicando seus corações contra uma jovem garota, nada mais do que um Nômade do Ar. Declaramos guerra ao Avatar, ele pensava. Ela só não sabe disso ainda. 

 

— Isso não deve ser difícil. Ela vai querer tentar novamente entregar sua mensagem para um público diferente; Aposto que ela já planeja visitar Jonduri em suas próximas paradas durante seu percurso. Garanta que ela tenha a impressão de que terá o que quer lá.

 

A mestre dos elementos ainda era uma pessoa com necessidades, e ele conhecia as pessoas e suas necessidades.

 

— O Avatar deverá ter o que mais deseja, — Dizia Henshe. — Um lugarzinho bonito na história. Algumas vitórias e uma imagem bem polidas. Ela será capaz de demonstrar às quatro nações que realmente se importa. — Ele encarava o assento vazio. — Você sabe o que o antigo Zongdu Dooshim fez depois de sair do trabalho?

 

—Não, — Sidao respondeu, apesar de ser aquele quem trouxe o nome do homem à tona mais cedo. — Por que?

 

Questão levantada.

 

— Vou te dizer. Dooshim levou suas montanhas de ouro e comprou uma pousada próxima a Su Oku. Passou o resto de seus dias mergulhado em óleo e perfume em uma cachoeira corrente. E depois morreu. Pacificamente durante o sono. Ele entrou e saiu. — Henshe refletia. — Ninguém realmente mantém registro de meus antecessores. Ninguém se importa em se lembrar deles. Todos eles pegam o que querem, e em seguida desaparecem, de um jeito ou de outro.

 

Um grito fraco veio de fora, e então um baque despencando como um monte de neve que escorregava do telhado.

 

— Que sorte a deles, não? — Disse Henshe.

 


 

Yangchen entrou novamente na pousada onde estava ficando, através da janela.

 

Boma estava esperando em seu quarto, acenando com a cabeça em uma cadeira. Quando ele a viu, coberta de fuligem e com as roupas rasgadas, gritou de assustado.

 

— O QUE!? — Ele rapidamente se policiou e abaixou o tom de voz. — O que aconteceu?

 

— Agora não. Só… agora não.

 

Boma a conhecia em cada semblante, em cada humor, machucada ou saudável. Ele sabia que ela precisava de espaço. Ele acenou com a cabeça e saiu do quarto.

 

Yangchen sentou em sua cama sem se importar em trocar de roupa e deitou o rosto em suas mãos. Ela massageava as bochechas contra a palma das mãos, pra cima e pra baixo.

 

A crueldade de Zongdu, sua completa falta de hesitação, haviam mexido com ela. Sua performance inicial como administrador sitiado foi tão convincente. Ela estava perdendo sua intuição? Primeiro Kavik quase a enganando com os atos de seu pobre ladrãozinho, e agora isso.

 

A sujeira se amontoava em sua pele. Sua escapada foi questão de esperar até Sidao e Henshe saírem e então, lentamente, pela dominação de terra, se impulsionou meticulosamente até uma passagem que levava a uma distância segura longe do local. Ela surgiu do chão, cobrindo o buraco do qual saiu e saltando até um telhado próximo sem que alguém pudesse notá-la. Uma escapatória funcional e bem sucedida.

 

Mas então avistou próximo dali algo estranho, algumas pessoas se reuniram sob aquele ocorrido. Ela se aproximou e esperou até ouvir os burburinhos das pessoas que passavam abaixo dela. Olhando por cima da borda do telhado, ela avistou uma mulher inconsciente sendo carregada para longe dali em uma maca, com o corpo mole e o braço torcido.

 

Deve ter acontecido enquanto Yangchen ainda estava abaixo da superfície do chão. Ela queria mais do que tudo descer ali, e ajudar a cuidar dela naquele mesmo instante. Mas se ela aparecesse tão rapidamente, Henshe descobriria que ela nunca deixou de fato a sala de reuniões. Ligando alguns pontos com a lógica e ele descobriria que ela ouviu seus planos.

 

Ela esperou, suas unhas pressionadas contra as palmas de suas mãos, até que a maca passasse por ela. Quem quer que seja a mulher machucada, sua dor estava em Yangchen agora. o Avatar que não a ajudou.

 

Ela precisava recompensar. Tanto a mulher que ela ignorou, quanto as pessoas da cidade como um todo. Ela nunca seria capaz de fazer as coisas do jeito certo, se seus inimigos estiverem sempre com um truque debaixo da manga, que os tornasse intocáveis.

 

Unanimidade. Que tipo de projeto ou arma poderia dar ao Henshe e aos Shangs tanta confiança contra o Reino da Terra? Sim, Yangchen conseguiu trazer o mercurial, aquele quem representava a propensão da raiva, à tona, de uma maneira desajeitada. Mas sua Majestade deveria representar o laço entre os Shangs e o Avatar, reconhecendo um perigo em comum, concordando em recuar e manter certos limites.

 

Henshe garantiu a seus mestres que logo menos estariam sem qualquer limite. “Unanimidade” faria com que não precisassem responder a ninguém. Ela não poderia permitir isso. Achava que o mundo poderia não suportar isso. Coube a ela negar aos Shangs seu maior prêmio.

 

Algumas vezes Yangchen imaginava se ela fosse destinada a correr para evitar problemas ao invés de reagir a eles. Mas ela teria dezenas e dezenas de vezes observado Avatares passivos, vivendo suas vidas repletas de arrependimentos e vergonha.

 

Ela lembrava de Tienhaishi em sua própria vida, e pensou como as coisas teriam sido diferentes se ela pudesse falar com o Ferro Velho mais cedo, antes de vestir sua armadura e chegar à terra.

 

Em nenhuma grande biblioteca do mundo haviam citações sobre alguém levantar de sua cadeira antes de uma grande injustiça acontecer. Era melhor empunhar uma espada do que curar uma ferida aberta.

 

Yangchen se levantou e sacudiu a sujeira de suas mãos. Se você quer uma batalha, eu lhe darei uma. Ela chamou Boma e o deu instruções para fazer com que qualquer Doutor próximo da sala de reuniões, procurasse uma mulher ferida que condizia com uma certa descrição, e pagasse pelo seu tratamento com o restante dos fundos de Bin-Er.

 

Uma vez retornando, ele poderia ajudar a fazer as malas.

 

— Se estiver deixando a cidade, essa pode ser uma boa chance de afundar Sidao, — disse Boma. — Aquele sanguessuga corrupto não consegue nem esconder muito bem de que lado ele realmente está.

 

— Não, ainda não. — Ela se faria de tola o máximo que conseguisse sobre a lealdade do Ministério. A Mensagem de Henshe para sua colega zongdu em Jonduri, teria que ser entregue por um mensageiro de confiança, afinal.

 

— Tenho que conversar sobre alguns planos de viagem com Sidao.

 

E ela, sozinha, tinha um recrutamento para concluir. Um em particular que havia se tornado bem importante.

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Capítulo 13