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O Legado de Yangchen: O Preço

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— Você veio aqui em um bisão voador? — Raitei perguntou.

 

Ele era mais suspeito que Hsien, que foi imediatamente hipnotizada por Nujian e já estava acariciando os pelos macios do topo de seu nariz.

 

— Faça amizade com um nômade do ar e seus companheiros que, às vezes, você consegue um emprestado — disse Yangchen. A verdade, tecnicamente.

 

Eles subiram a bordo e decolaram. A ilha não desapareceu pela distância rápido o suficiente. Logo, Hsien e Raitei, ambos exaustos, caíram no sono na parte de trás da sela.

 

Yangchen assistiu-os dormir.

 

— Ela estava desenvolvendo armas — ela murmurou. — Chaisse estava produzindo ferramentas através de uma produção em massa, um jogo de números onde ela descartava as falhas. A Unanimidade foi apenas o seu maior sucesso.

 

A Avatar olhou para cima, com os olhos em chama.

 

— Ela precisa pagar por isso. Ela não pode sair limpa disso. Ela não pode ver seus planos realizados.

 

— O que nós iremos fazer com as crianças? — Jujinta perguntou.

 

— Encontrar suas famílias, se eles tiverem alguma — Yangchen sacudiu sua cabeça para o lado. — Mas isso não é perfeitamente seguro, não é mesmo? Chaisse pode voltar atrás deles. Especialmente Raitei. Mesmo que ele nunca tenha dominado a técnica completa, ele vai ser a última, e a pessoa mais próxima da Unanimidade, uma vez que neutralizarmos Thapa.

 

— Ele passou a valer o seu próprio peso em platina várias vezes — disse Jujinta.

 

Yangchen suspirou, cansada, e Kavik a lembrou que ela também precisava dormir.

 

— O movimento mais esperto seria escondê-los até o clima esfriar um pouco — ela murmurou. A ironia parecia pesar sobre ela fortemente. Isso era exatamente o que Ayunerak havia feito com Kavik. Isso também era o que Yangchen havia feito com os dobradores de fogo, para fins desastrosos.

 

Kavik imaginou como Hsien e Raitei lidariam sendo isolados do mundo mais uma vez. Yangchen havia mencionado que Thapa tinha aproveitado seu isolamento nas montanhas muito bem, enquanto Zongdu Henshe considerou o mesmo mobiliário ultrajante, um crime contra sua pessoa. Kavik agarrou o trilho da sela e olhou para a ilha, reduzida à invisibilidade. Ele supôs que era tudo uma questão de perspectiva.

 


 

Eles não podiam pousar em Taku, ainda mais com os seus novos passageiros. Yangchen guiou Nujian para uma estrada vazia nos arredores. Uma extremidade levava ao coração da cidade, e a outra levava até uma pequena cidade onde eles esperavam encontrar uma pousada ou algum outro alojamento. Nujian se escondeu atrás de uma colina verde para sua aterrissagem. Uma vez que suas patas tocaram a grama, Yangchen ajudou todo mundo a desembarcar. Raitei rastejou até o topo da pequena montanha e olhou ao seu redor, vigiando caso alguém os tenha visto. Criança esperta, Kavik pensou.

 

— Nós vamos te ajudar — Yangchen falou para Hsien, com tapinhas firmes nos ombros da garota. — Vai levar algum tempo, mas iremos consertar as coisas da maneira que pudermos. Sei que ainda não te contamos muita coisa sobre a gente, mas eu te prometo que estamos do seu lado.

 

— Me responda uma pergunta — disse Raitei. A estrada devia estar limpa, pois ele se levantou, apoiado pelo pôr do sol. — Você vai derrubar as pessoas que dirigem o acampamento? Vai realmente prender Chaisse?

 

Yangchen tirou seu lenço da cabeça e balançou seu cabelo. Ela era o Avatar, uma vingadora revelada na íntegra, e um forte orgulho brilhou em seus olhos.

 

— Eu juro pelos espíritos que nós iremos levar ela para a justiça. Quando terminarmos, ela não terá um centímetro quadrado de sujeira em seu nome.

 

Raitei assentiu. A luz pegou em seu rosto, e sua expressão fez Kavik perceber muitas coisas de uma vez, vários insights abrindo caminho através da porta lotada de sua mente, acelerando seus pensamentos mas retardando o seu corpo.

 

Eles eram todos culpados, ele, Yangchen, e Jujinta. Eles fizeram uma mistura completa de sua segurança operacional na viagem de volta e falaram seus segredos em voz alta. Raitei esteve fingindo dormir o tempo todo; Kavik nunca teve tanta certeza de nada em toda a sua vida. Raitei havia escutado cada palavra.

 

Kavik começou a gritar, com o espaço limitado em sua garganta o impedindo de formar um aviso melhor. O que foi que Akuudan disse uma vez? Yangchen confiava demais. Ela presumiu que Raitei havia perguntado por Chaisse por uma necessidade de ver o seu torturador punido.

 

Em vez disso, ele estava confirmando se Yangchen planejava arruinar sua oportunidade de ouro. Raitei era uma pessoa imensamente valiosa, eles revelaram tão descuidadamente, mas apenas para as pessoas certas, aquelas que o trouxeram para a ilha e o fizeram sofrer em primeiro lugar.

 

Dinheiro suficiente poderia curar qualquer ferida. O menino respirou fundo pelo nariz e seu estômago cedeu.

 

Kavik mergulhou em Yangchen, na intenção de derrubar ela e Hsien no chão. Ele não tinha dado um único passo antes de saber que a havia enganado, chamando sua atenção para si mesmo quando ela deveria estar prestando atenção na ameaça. Se fosse Thapa ou até mesmo Kalyaan de pé na colina, ela teria reagido como raio. Mas esta era uma criança que ela salvou, e sua guarda não estava mais levantada contra ele do que estaria com um de seus pacientes no hospital. Jujinta percebeu a situação, mas por mais rápido que ele fosse, não seria rápido o suficiente.

 

O Avatar não estava sem companhia, no entanto.

 

Nujian colidiu com Raitei, jogando sua massa desgrenhada entre sua dobradora de ar e o perigo. Kavik ouviu a batida pop-pop da técnica da Unanimidade, mas não houve nenhuma explosão que se seguiu, nenhum incêndio, apenas um baque abafado. Os cabelos longos e volumosos de Nujian tremulavam como se fossem levados por uma brisa.

 

E, de repente, mais rajadas, rápidas, e muitas. Um grito que poderia ter sido Raitei, Yangchen ou até mesmo Jujinta. Kavik colidiu com a Avatar e eles caíram na grama, arrastando Hsien junto com eles. Kavik imediatamente saltou de Yangchen e se arrastou para o outro lado de Nujian. Raitei estava deitado de cara para cima, seus olhos sem vida expostos ao céu. Um único e pequeno ferimento no meio de sua testa, não maior que a marca de um furador, escorria sangue pela sua pele, como se a pressão de sua técnica não tivesse conseguido se projetar através de seu crânio, e buscado um canal de fuga.

 

Nujian gemeu. Suas patas dianteiras caíram de joelhos, depois as patas traseiras, e finalmente o seu meio, uma floresta derrubada. A grande besta estremeceu, fechou seus olhos, e ficou imóvel.

 

Nujian! — Yangchen deslizou de joelhos para o lado de seu bisão, já com a água brilhante em suas mãos, mas não havia nenhuma marca de queimadura visível, nenhuma ferida para atacar. Yangchen moveu freneticamente a água brilhante ao redor de Nujian, com cada passagem fazendo-a parecer cada vez mais com um pedreiro tentando consertar uma represa em meio ao estouro. O estrondo de Nujian, o sopro de ar que sempre esteve presente ao fundo, estava silencioso. Não havia tarefa a ser realizada, nenhum feito a realizar. Ele se foi.

 

A água escorregou pelos dedos de Yangchen. Ela engasgou, procurando ar para respirar, e quando ela encontrou, ela chorou baixinho, o barulho mais baixo que Kavik tinha ouvido ela fazer. Ele caiu no chão enquanto a Avatar enterrava seu rosto no pelo de Nujian e chorava.

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Capítulo 25