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O Legado de Yangchen: Chegando à Mesa

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A cúpula ocorreu em uma casa particular, um pequeno apartamento ao longo de um dos canais ramificados. Kavik não sabia se pertencia ao Avatar ou ao Lótus Branco. Dado o quão hostis os dois lados pareciam, o quarto provavelmente nunca mais seria usado depois desta noite. A localização havia sido exposta ao inimigo.

 

Uma pena, porque o interior era confortável e quente, muito diferente do porão em que ele estava escondido. Kavik reivindicou o colchão de canto, uma camada dupla de pele de caribu com barbatanas, já que ninguém mais o faria. Yangchen e Ayunerak relutam em se sentar no começo, mas eventualmente eles se sentam um de frente para o outro em um tapete grosso no centro da sala.

 

Por um tempo, houve silêncio. Foi um longo dia para todos. A exaustão reinou.

 

— Alguém quer explicar o que era aquela névoa? — Kavik finalmente perguntou.

 

— Um espírito. — Yangchen examinou os desenhos angulares formados pelos fios. — Eu acho… invade a mente de alguma forma. Força seus cativos a reviver seus passados.

 

Ela sorriu amargamente.

 

— Para minha sorte, tenho muitos passados. Muitos piores dias de muitas vidas. Eu poderia ter comido e sido cuspido de volta para o mundo físico.

 

— O que você estava fazendo?

 

— Eu estava procurando por alguém preso lá dentro. Eu queria libertá-los de seu sofrimento.

 

— E essa única alma perdida vale a pena arriscar a vida do Avatar? — Ayunerak interveio.

 

Os olhos de Yangchen se moveram para cima, brilhando de fúria. Ela engoliu a resposta que obviamente queria dar e mudou de assunto.

 

— Você se juntou ao Lótus Branco — disse ela a Kavik.

 

Ela fez soar como uma acusação.

 

— Não tive outra escolha — disse. — Os Thin Claws estavam me caçando e eu ainda precisava de ajuda para tirar meus pais de Bin-Er. O Lótus Branco estendeu a mão. Eles estão protegendo minha mãe e meu pai em Long Stretch enquanto falamos.

 

Ele exalou com força. Esta próxima parte seria difícil.

 

— A única coisa que tive que trocar por nossa segurança foi a unanimidade. — Ele podia ouvir Yangchen ficar imóvel. — Eu disse a eles o que sabia sobre os dobradores de fogo. Espreguiçadeira. Meu irmão. Eles sabem tudo o que aconteceu até o momento em que nos falamos pela última vez. — A dor de sua conversa de despedida, Yangchen dizendo a ele que ele não era companheiro dela, deveria ter afundado no fundo do mar agora.

 

Kavik empurrou para baixo novamente e se preparou para a raiva do Avatar, mas nunca veio. Pelo menos não para ele.

 

— Não posso culpá-lo por isso — disse ela. — Eu fiz a mesma coisa uma vez, pensando que o Lótus Branco poderia ser confiável para manter um segredo para o bem maior.

 

A hostilidade saiu dela em ondas.

 

— Em vez disso, eles vazaram informações sobre a Unanimidade para o Rei da Terra.

 

— Essa é uma acusação sem fundamento — disse Ayunerak. — E uma violação de nossos votos sagrados de neutralidade.

 

— Realmente? Então me diga por que Feishan de repente está com medo de uma arma poderosa o suficiente para derrubar países!

 

Yangchen se levantou em um movimento fluido de dobra de ar, seu elemento levantando-a do chão antes que ela caísse de pé.

 

— Sua organização é corrupta ou incompetente! Qual é?

 

— Vamos conduzir uma investigação sobre como o Rei da Terra poderia ter descoberto suas suspeitas. — A voz de Ayunerak estava nivelada. — Todos nós sabemos que você não é corrupto.

 

Yangchen curvou-se formalmente para eles; sangue havia sido colhido de ambos os lados e agora o processo estava encerrado.

 

— Obrigado por salvar minha vida — ela disse, mais gelada do que as águas pelas quais eles passaram. — Agora, se você não se importa, eu preciso descobrir como evitar que as Quatro Nações caiam no caos por causa de um poder que nunca deveria ter visto a luz do dia. Uma situação pela qual acredito que todos aqui são parcialmente culpados.

 

Seu tiro de despedida foi apontado para Kavik.

 

— Alguns mais do que outros.

 

Ele não iria discutir esse ponto.

 

— Por favor, espere — disse ele. — Procuramos você por um motivo. Encontrar você no Spirit Oásis não fazia parte do plano, mas precisávamos conversar.

 

Yangchen não estava ouvindo. Ela já estava na porta e não havia mais tempo para abordar o assunto com tranquilidade. Ayunerak levantou-se.

 

— Leve a criança de volta!

 

Só a indignação impediu o Avatar de partir. Ela se virou lentamente. Kavik sabia que ela queria que eles a vissem dizer não.

 

— Outro negócio — Ayunerak disse, precisando trabalhar rápido. — O Lótus Branco quer um dos nossos postado ao seu lado, e Kavik é uma quantidade conhecida para nós dois. Em troca de deixá-lo viajar com você novamente, nós o ajudaremos a acabar com o Platinum Affair. Esse é o seu objetivo final, não? Restaurando relações pacíficas entre as Quatro Nações.

 

— Era o meu objetivo! — Yangchen gritou. — Nesse ritmo, terei sorte de não presidir uma coleção de cidades em ruínas com linhas arbitrárias traçadas entre elas!

 

Kavik precisou de um momento para processar a troca. Ele já sabia sobre a aversão de Yangchen pela pobreza e exploração do sistema Shang. Ele presumiu que ao estabelecer uma presença em Bin-Er, ela estava simplesmente se concentrando no paciente mais doente, como um médico. Ela declararia vitória assim que resolvesse alguns problemas e depois seguiria em frente.

 

Mas seus objetivos iam além na cadeia, como ela gostava de dizer. Ele podia ver a lógica dela — se as tensões políticas eram a razão por trás de um arranjo corrupto e continuamente ameaçavam transformar-se em violência real, então era melhor atacar o problema na fonte. Os chefes das Quatro Nações.

 

Seu ex-chefe estava atrás de uma grande pedreira. Yangchen estava tentando desfazer a própria história.

 

— Não é tarde demais para trabalhar em conjunto — disse Ayunerak. — Vamos falar de paz aos ouvidos do Chefe Oyaluk e do Lorde Gonryu enquanto você faz o que pode com Feishan.

 

— Chame de palpite — disse Yangchen, piscando. — Mas tenho a nítida sensação de que a última vez que o Lótus Branco tentou influenciar os governantes mundiais por meio de sussurros secretos, não foi tão bem.

 

Os métodos de Ayunerak não estavam funcionando. — Podemos falar? — Kavik perguntou a Yangchen enquanto ainda tinha chance. — Sozinho?

 

Ela soltou o bufo profundo e zombeteiro de que ele se lembrava tão bem. — O que faz você pensar que você de todas as pessoas pode me convencer?

 

— Não posso. Eu só quero recuperar o atraso.

 

Ele teve a sensação de que ela só concordou porque isso dava a ambos a chance de dispensar Ayunerak. Eles fizeram isso em conjunto, como se tivessem ensaiado, ambos optando pela inclinação silenciosa da cabeça em direção à porta. A vingança deve ter demorado muito para Yangchen, porque a julgar pelo sorriso em seu rosto, ela se divertiu tanto com o momento quanto ele.

 

A atual chefe de Kavik estreitou os olhos e saiu arrastando os pés. Ele pegou um resmungo sobre a atitude de crianças ingratas quando ela passou.

 

Depois que ela se foi, ele não esperou.

 

— Sinto muito — disse ele assim que a porta se fechou. Ele nunca se desculpou verdadeiramente quando eles falaram pela última vez. Desculpe-me por tudo. Deixar os Dobradores de Fogo fugirem na primeira vez. Espreitando você no oásis.

 

Por trair você. Ele não conseguia cuspir essas palavras. Ele teve que fazer uma confissão diferente. — Eles querem que eu espione você. Se você me deixar viajar com você novamente, enviarei relatórios sobre você para Ayunerak.

 

Yangchen revirou os olhos.

 

— Eu percebi, obrigado.

 

— É tão ruim ter alguém olhando por cima do seu ombro? Veja o que aconteceu esta noite. Ayunerak não estava errado; viajar sozinho é perigoso em qualquer mundo, espírito ou humano. O Lótus Branco poderia ajudá-lo se você jogasse junto com eles.

 

Quando eles ainda trabalhavam juntos, Yangchen ocasionalmente exibia uma memória perfeita para as palavras de outra pessoa até o humor e a inflexão. Ela fez isso agora, cruzando os braços em zombaria taciturna de Kavik, até mesmo baixando a voz em uma impressão passável dele.

 

— Eu valorizo minha liberdade.

 

Ele tinha esquecido o quão boa atriz ela era. E como ela podia ser irritante.

 

— Tudo bem, perda de tempo, eu entendo — disse ele. — Você pode pelo menos me dizer como estão nossos amigos?

 

Yangchen jogou a cabeça para trás e riu.

 

— Como se eu nunca mais revelasse nada a você sobre a unanimidade!

 

Essa conversa estava indo tão de lado que eles estavam ameaçando acabar no Mundo Espiritual. — Não os dobradores de fogo, seu porco-macaco voador! Quero dizer, nossos amigos de verdade! Tayagum, Akuudan, Jujinta! Eles estão bem? Eles estão vivos?

 

Sua expressão ficou pensativa.

 

— Eles estão bem. — Ela não foi tão cruel a ponto de negar a ele essa informação. — Mas eles não estão felizes em ter que se esconder. Akuudan e Tayagum construíram uma vida para si mesmos em Jonduri, e não é mais seguro para eles lá. Você custou a casa deles, Kavik.

 

Isso dói. Aquela flecha ele foi obrigado a levar nas entranhas. A dor era o preço de saber que estavam ilesos.

 

— É por isso que eu quero voltar — ele murmurou. — Eu preciso enfrentá-los novamente. Jujinta também. Eu preciso deixar todos eles falarem. Quando alguém simplesmente desaparece de você, para o bem ou para o mal… isso te corrói.

 

Outro escárnio, mas mais fraco desta vez. Menos pronunciada. Seu argumento, nascido de Kalyaan abandonando sua família em Bin-Er, penetrou suas defesas. Ela bateu o pé e olhou ao redor da sala.

 

— Eu poderia lhe dar uma bênção de perdão em nome deles e então você poderia seguir seu caminho feliz.

 

A pomada para sua consciência não estava escondida debaixo do colchão.

 

— Você poderia. Mas não é isso que estou pedindo.

 

A Avatar abriu a boca para dar seu veredicto final. Mas antes que ela pudesse falar, Ayunerak voltou para dentro.

 

— Evitou por pouco uma patrulha — disse ela. — Ainda estamos tranquilos por enquanto, mas de qualquer forma, essa pequena briga já durou o suficiente. O Lótus Branco sabe que Feishan está prestes a declarar guerra ao resto do mundo e que os líderes das outras nações retribuirão.

 

— Você precisa de nossa influência para garantir que cabeças mais frias prevaleçam — disse ela. — E se isso não for do seu agrado, vou lhe dar um último ultimato. Ou o garoto é o companheiro de um Avatar novamente, ou então as forças de Oyaluk inevitavelmente o pegam nesta mesma viagem. E então todos aqueles segredos preciosos dentro de sua cabeça ficam comprometidos.

 

— Espere, o quê? — Kavik disse. — O que isso deveria significar?

 

Ayunerak o ignorou; ela estava apenas se dirigindo a Yangchen no momento.

 

— Não consigo tirar Kavik de Agna Qel’a com segurança — disse ela. — Atualmente, não tenho recursos para extrair um ativo secundário. A única maneira de ele não ser pego é se você voar com ele para fora da cidade disfarçado.

 

— Espere um segundo! — Uma onda de indignação subiu pelo pescoço de Kavik. — Você me trouxe aqui sem uma rota de fuga? De propósito!?

 

— Típico — disse Yangchen. Ela esfregou os olhos, sinal de que havia atingido o limite de sua resistência. — O ditado em Pai Sho e generalato é Antes da batalha, quebre as panelas. Faça um movimento ruim de propósito para forçar a mão do inimigo e aliar ambos.

 

Ayunerak nem teve a decência de parecer presunçosa sobre sua jogada. Colocar a vida de Kavik em perigo era apenas um passo inconveniente, mas necessário, na receita que ela estava seguindo.

 

— O Avatar fará um progresso mais rápido encerrando o Caso Platinum, e o Lótus Branco obterá garantias de uma fonte que ambos os lados conhecem bem. Nosso orgulho nos impede de cooperar e essa é uma emoção que apenas reis e tolos podem se permitir. Aqueles de nós que trabalham nas sombras não devem tomar decisões por orgulho.

 

Ela finalmente escolheu a escolha certa de palavras, porque Yangchen brevemente fez a cara de um paciente forçado a beber remédio azedo. Ninguém aqui estava feliz, nem eram amigos. O início de um verdadeiro compromisso.

 

O acordo não podia ser falado em voz alta; era muito frágil e teria desmoronado com o próprio peso. Um uivo de vento e o frio que rastejava pelas paredes os lembraram de que quaisquer que fossem suas preocupações humanas, a temperatura havia caído demais. Aventurar-se do lado de fora agora representava o risco de congelamento.

 

Para não quebrar o feitiço, cada um deles silenciosamente escolheu um canto da sala para se aconchegar durante a noite. Kavik adormeceu com uma visão turva do Avatar abraçando seus joelhos, seus olhos cinzentos bem abertos sob sua testa preocupada.

 

 

DUAS SEMANAS ANTES

 

Quase todas as conversas que Kavik teve com Ayunerak na casa segura de Gidu foram realizadas durante um jogo de Pai Sho. Quebras de seu desempenho durante o treinamento de flexão – Pai Sho. Atualizações sobre os eventos do mundo exterior – Pai Sho. E agora, briefings de missão podem ser adicionados à lista.

 

— Este seu plano nunca funcionará — disse Kavik enquanto colocava um azulejo de rosa de sacrifício. — A Avatar não é a alma misericordiosa que você pensa que ela é.

 

— Estou bem ciente de que a garota pode guardar rancor — disse Ayunerak. Ela pousou um barco, longe de onde as lutas locais ocorreram a bordo. — Eu dou três chances em dez de sucesso. Vale a pena perseguir.

 

Kavik teve que pensar em seu movimento por um tempo. Não era apenas uma jogada bizarra, desprovida de qualquer significado para ele, mas a seção da grade em que ela deixou cair sua peça estava tão desgastada pelo tempo e pelo uso que as linhas da grade eram difíceis de ver. A tábua havia sido guardada em um baú sob várias camadas de pano de cera, e a madeira escura e de grão fino da qual foi moída poderia ser mais velha que o próprio santuário.

 

Talvez não houvesse sentido para o movimento, e era apenas uma distração para fazê-lo desperdiçar sua energia.

 

— O truque é que seremos francos sobre isso — disse Ayunerak. — Admitiremos que seu propósito é ser o representante da Lótus Branca. Se ela aceitar, fará tudo o que puder para manter seus segredos mais importantes longe de você, especialmente a localização da Unanimidade.

 

O cenário havia virado de cabeça para baixo. Yangchen confiou nele implicitamente, uma vez, porque sabia que ele não era uma planta.

 

— Estamos buscando persistência aqui, não esperteza — continuou Ayunerak. — Ela é humana. Ela cometerá um erro e deixará alguma informação escapar. Ou ela vai deixar pistas suficientes para você se encaixar, jovem brilhante que você é. Sinta-se à vontade para afrouxar a guarda dela como puder. Dê a ela aquele beicinho e derreta seu coração se for preciso.

 

Kavik cortou o tabuleiro do Barco da formação principal, colocando o seu Crisântemo no chão com um estalar dos dedos indicador e médio, suficientemente alto para ser considerado um ato rude no contexto de um jogo sério.

 

Ayunerak não se deixou perturbar pelo seu aborrecimento nem pela sua forma de jogar.

 

— Quando conseguirem confirmar a localização dos dobradores do fogo, enviem-me uma mensagem imediatamente — disse ela. — Uma das nossas equipas vai avançar para os tirar do controlo do Avatar. E depois a tua parte do acordo está terminada.

 

Quando ele não respondeu, ela levantou o olhar do quadro.

 

— Pareces muito perturbado para alguém que está a prestar um serviço à humanidade.

 

Ela colocou outra peça, mas manteve o dedo sobre o desenho, impedindo-o de ver o que era.

 

— Achas que um poder destrutivo desta dimensão deve ficar sob o controlo de uma criança impetuosa?

 

Eu tenho a idade dela, e estás a contar comigo para lho tirar, pensou Kavik.

 

Ayunerak puxou a mão para trás, revelando a peça com o nome da sua sociedade. Da sua posição no centro, a peça Lótus Branco dominaria os espaços próximos em cada quadrante. Jogada demasiado cedo, a jogada teria sido tão terrível que o único objetivo concebível seria fazer um sinal ao adversário. Ela guardou-a para o meio do jogo, onde distorceria as formas finais do tabuleiro sem ser desafiada.

 

— O Avatar tem razão numa coisa — disse Ayunerak. — Os governantes das Quatro Nações não podem deitar as mãos naqueles dobradores. Mas isso também não significa que se possa confiar nela para tomar a decisão final sobre como lidar com eles. Alguém tem de agir com sabedoria e visão quando os líderes do mundo não estão à altura da tarefa.

 

— Tu.

 

— Nós, Kavik. Agora estás dentro, tão dentro quanto possível.

 

Ayunerak olhou fixamente nos olhos dele, como se quisesse verificar se ele estava decidido.

 

— Quanto mais rápido colocarmos os dobradores de fogo sob nossa custódia, mais rápido poderemos nos concentrar em tirar seu irmão da organização de Chaisee.

 

O preço de Kavik. Nenhum dos lados tinha chegado a este acordo pela bondade dos seus corações. Ayunerak queria uma planta que pudesse reconhecer os dobradores de fogo pela cara. Kavik recusou-se a cooperar a menos que ela prometesse segurança para a sua família. Toda a sua família.

 

O facto de Kavik ter de entregar primeiro deixou claro quem tinha a vantagem no negócio. — As hipóteses de ela me aceitar de volta são piores do que três em dez. É mais do género de quase nenhuma.

 

— Mas se ela ceder, terás mais perdão dela do que pensas. Pensa na perspetiva dela. — Um sorriso surgiu nos lábios de Ayunerak. — Que tipo de monstro trairia o Avatar duas vezes?

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Capítulo 6