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O Julgamento de Roku: Juramento aos espíritos

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Apesar das ordens de Gyatso e das tentativas de Roku de suborná-la com petiscos, Lola se recusou a voar para dentro da névoa. Em vez disso, continuou a circular o perímetro, procurando uma abertura na densa neblina.

Se a forma da névoa refletisse a forma da ilha, era um pedaço de terra vagamente em forma de crescente, com dezenas de quilômetros de comprimento e vários quilômetros de largura. A altura da névoa no interior sugeria montanhas formidáveis, provavelmente um vulcão, dado fazer parte de uma pequena cadeia. Mas era impossível determinar qualquer característica geográfica específica, como onde Lola poderia pousar com segurança. Um navio se aproximando pelo mar que notasse a formação estranha certamente não arriscaria atracar, a menos que seu capitão tivesse um desejo de morte. Roku não tinha ideia de como o Reino da Terra poderia ter chegado à costa.

— Tente dizer a Lola para descer de novo — disse Roku após darem a segunda volta. — Tenho certeza de que, uma vez lá dentro, encontraremos um lugar para pousar.

— Ou vamos bater na lateral de um penhasco e morrer na hora — disse Gyatso, espiando por cima da sela.

— Apenas diga.

Gyatso bufou, puxou as rédeas e gritou para Lola:

— Mais baixo, por favor! — Lola não desceu.

Gyatso deu de ombros. — Ela é seu próprio bisão voador.

Roku olhou para a névoa bizarra e densa. Uma anotação no mapa de Sozin descrevia uma névoa espessa que sempre cobria a ilha durante o dia, mas ele não esperava que fosse tão espessa. Parecia quase sólida. Desmentindo esse pensamento, um bando de pássaros surgiu da névoa cinza-branca um momento depois, voando sobre o mar.

Isso deu uma ideia a Roku. Ele se arrastou pela sela, pegou o bastão de Gyatso e o estendeu para o Dobrador de Ar.

— Lola não voará para dentro da névoa, mas nós podemos.

Gyatso balançou a cabeça.

— Você sabe que os anciãos me proibiram de voar por um bom motivo, certo?

— Eu acredito em você — mentiu Roku.

— Isso é mentira.

Roku cutucou Gyatso com o bastão.

— É a única maneira.

Gyatso ainda não pegou o bastão.

— Mesmo que eu conseguisse dobrar o ar ao redor do meu planador, ainda há a possibilidade de bater na lateral de uma montanha.

— Nos aproximamos pela borda. Miramos na costa.

— Você já se esqueceu de quão rochosas eram as costas ao redor de todas as outras ilhas desta cadeia? Se estivéssemos em um navio, não teríamos conseguido pousar em nenhuma delas.

— Talvez não se um Dobrador de Ar estivesse no leme. — Roku cutucou Gyatso novamente.

Gyatso empurrou o bastão para longe.

— Eu não posso fazer isso.

Roku suspirou e então colocou o bastão na frente de Gyatso. Ele reuniu suas coisas em sua sacola e se levantou, seu cabelo comprido chicoteando em seu rosto.

— Você me disse que queria vir nesta jornada porque achava que eu arriscando minha vida lhe daria oportunidades de se reconectar com sua dobra de ar. Bem…

— Você não faria…

Roku sorriu e se inclinou para trás até cair do lado do bisão voador.

Seu estômago despencou, e ele perdeu o sorriso. O ar passou rapidamente ao seu redor enquanto ele se torcia até ficar de frente para o mar. O medo apertou suas entranhas. Provavelmente quebraria vários ossos ao bater na superfície. Se sobrevivesse a isso, estaria à mercê das águas abertas, seu lugar menos favorito no mundo. Talvez ele não tivesse pensado nisso o suficiente…

Mas um momento depois, Gyatso arrancou Roku do ar. Mantendo uma mão no bastão que virou planador, ele segurou o Avatar pelas vestes com a outra. Roku agarrou os braços de Gyatso com ambas as mãos, sorrindo.

— Funcionou!

— Não fale muito cedo — disse Gyatso. Seus olhos estavam fixos na ilha, sua boca se contorcendo com o esforço combinado de dobrar o ar ao redor de seu planador enquanto sustentava o peso de outro ser humano.

Eles voaram desajeitadamente, o planador cortando um caminho instável pelo ar. Eles deslizavam de forma atabalhoada, balançando e sacudindo aleatoriamente de um lado para o outro. Eles mergulhavam vários pés, nivelavam, caíam de novo, nivelavam de novo. Durante todo o tempo, estavam rapidamente perdendo altitude. Pela estimativa de Roku, eles atingiriam a água antes de chegar à ilha.

— Vou te soltar! — gritou Gyatso.

Roku olhou para seus pés e a água passando rapidamente abaixo. Seu coração disparou.

— Não!

— Estamos perto o suficiente!  É só nadar até a costa!

— Não!

— Na contagem de três!

— Eu disse que não!

— Um…

— Juro pelos espíritos, se você…

— Dois…

— Gyatso, eu vou…

— Três!

Roku lutou para se segurar enquanto Gyatso soltava seu braço. Roku escorregou, caiu pelo ar e mergulhou na água a poucos metros da parede de névoa.

Ele chutou as pernas e agitou os braços. Ele sabia nadar, mas não fazia isso há anos, e o pânico impedia seus membros de coordenarem seus movimentos. Ele ofegou por ar, mas em vez disso inalou um bocado de água salgada.

Acontece que a vida do Avatar não seria extinta pela terra, mas pela água — um fim mais apropriado para um Dobrador de Fogo, e especialmente para Roku.

— É raso o suficiente para ficar de pé — disse Gyatso, tendo chegado até ele em algum momento durante a morte espalhafatosa de Roku.

Roku se endireitou na água e seus pés tocaram a areia. Ele parou de se debater e ficou de pé. Pequenas ondas batiam em seu peito.

— Eu sei… estava só brincando.

Gyatso riu, virou-se e começou a caminhar pelas águas rasas surpreendentemente mornas, ajudado por seu bastão.

— Claro.

Roku afastou o cabelo do rosto e seguiu o Nômade do Ar na névoa.

— Eu estava.

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Capítulo 11