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O Julgamento de Roku: Fogos destinados a forjar

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Sozin estava na proa do navio e olhava para a ilha montanhosa com absoluta confusão. Ela se encontrava no horizonte, não mais coberta por neblina, com nuvens de tempestade escuras se acumulando acima. Ele conferiu as coordenadas no mapa e voltou ao leme, onde a capitã pirata do junco pilotava o navio.

— Tem certeza de que esta é a mesma ilha para a qual você me levou algumas semanas atrás? — ele perguntou.

— Sim. — Ela soltou uma risada estridente. — Você achou que aquela neblina ia durar para sempre?

Sozin ignorou a provocação e voltou para sua cabine alugada abaixo do convés principal. Kozaru e Dalisay estavam no pequeno espaço, revezando-se para lançar facas em um alvo que Kozaru havia queimado nas tábuas da parede.

— A neblina sumiu — ele disse.

Kozaru lançou uma adaga de fogo que zuniu pelo ar e queimou a madeira, longe do anel externo do alvo.

— Isso vai facilitar remar até a costa desta vez — ela disse.

Sozin virou-se para Dalisay.

— O que você acha que está acontecendo?

— Hum…. — Ela tocou a ponta de uma faca em seu queixo enquanto considerava a pergunta. — Eu poderia arriscar um palpite se você realmente me contasse algo sobre a ilha ou por que voltamos com tanta pressa com aqueles cães-enguias no porão pelos quais você inexplicavelmente pagou uma pequena fortuna.

Sozin suspirou. E, finalmente, confiou às suas companheiras toda a história. Bem, não toda a história. Ele enfatizou querer salvar o Avatar Roku dos nativos assassinos, mas deixou de lado sua descoberta desagradável de que – ao contrário do relato de Asho, o poder de dobra aprimorado que ele procurava só podia ser acessado na chamada Caverna Sagrada deles. O que, é claro, tornava sua missão toda inútil.

Quando Sozin terminou de falar, Kozaru apenas deu de ombros enquanto os olhos de Dalisay se estreitaram em concentração.

— O desaparecimento da neblina deve significar que o Avatar falhou — Dalisay concluiu após processar tudo em poucos segundos. — Os Dobradores de Terra devem ter matado os nativos e tomado a fonte de poder. — Ela girou a faca e a lançou no alvo, errando o centro exato por uma largura de um dedo. Ela franziu a testa.

Sozin puxou a faca e a girou distraidamente enquanto se encostava na parede.

“Dalisay pode estar certa.” Talvez eles tivessem chegado tarde demais. Eles conseguiram voltar à costa oeste do Reino da Terra em uma fração do tempo levado para chegar à biblioteca de Wan Shi Tong graças aos cães-enguias. Mas bisões voadores e dragões não eram tão facilmente comprados – apesar do surpreendente número de contatos de Kozaru no comércio ilegal de animais – então não havia maneira mais rápida de atravessar o mar do que de barco. A boca de Sozin ficou amarga com o sabor desconhecido do fracasso. Se algo acontecesse a Roku nas mãos dos Dobradores de Terra ou dos nativos, seria culpa dele.

Seu pai insistiria em uma investigação. Ele só havia contado a Ta Min tanto quanto a Roku, mas ela revelaria seu papel instigador nos eventos. O Senhor do Fogo não ficaria nada satisfeito – para dizer o mínimo – ao descobrir que seu próprio filho agiu pelas suas costas, levando à morte do primeiro Avatar de Fogo em séculos e enviando a reencarnação para os inúteis Nômades do Ar.

Seu pai não iria tão longe a ponto de retirar seu direito de primogenitura. Não havia outro potencial herdeiro além de Zeisan, e sua irmã tinha o duplo infortúnio de ser mulher e não ser dobradora. Certamente haveria uma punição, porém. Perda de situação ou posição. A remoção das poucas responsabilidades que ele mal havia sido confiado. Vergonha pública. Talvez até algum tipo de exílio temporário até ele restaurar sua honra.

Ao longo da história, a família real sempre foi adepta de tais métodos de disciplina. Fogos destinados a forjar.

Mas essas possíveis consequências não eram o medo mais profundo de Sozin. A simples verdade era que ele não sabia o que faria sem Roku. Já foi difícil o suficiente superar a morte de Yasu. E embora Sozin tivesse lutado para se ajustar depois que Roku o abandonou para começar seu treinamento, imaginar um mundo sem seu amigo mais próximo o abalava profundamente. No dia em que Yasu foi levado pelo mar, Sozin jurou aos espíritos que protegeria o irmão restante a qualquer custo.

— Príncipe Sozin — disse Dal, trazendo Sozin de volta ao presente. — A faca.

Sozin olhou para sua mão e viu que a lâmina estava brilhando vermelho de tão quente. Ele puxou o braço para trás e a lançou no alvo.

A ponta atingiu o centro exato do alvo e tremeu enquanto o metal aquecido queimava a madeira e emitia uma fina espiral de fumaça.

“Não”, Sozin decidiu. Dalisay estava errada. Não era tarde demais para salvar Roku. Ele não iria falhar.

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Capítulo 32