O Príncipe Sozin sorriu enquanto decifrava a última mensagem de Ta Min. Ele tinha ficado surpreso e decepcionado com a recusa inicial de Roku quando a primeira mensagem dela chegou há alguns dias. Sozin tinha certeza de que seu amigo nunca diria não a ele, muito menos a Ta Min. O título de Avatar e o treinamento de dobra de ar já deviam estar subindo à cabeça de Roku.
Pelo menos agora tudo estava de volta aos trilhos. Depois que Roku lidasse com o Reino da Terra, Sozin voltaria e encontraria alguém que pudesse treiná-lo para aumentar sua força de dobra de fogo mil vezes.
Sozin queimou o pergaminho e, em seguida, voltou-se para Kozaru, jogando-lhe algumas moedas de prata.
– Para o seu associado Dobrador de Terra.
Kozaru pegou a prata, examinou as moedas na palma aberta e franziu a testa.
— É menos do que você prometeu a ele.
Sozin zombou.
— Foi um trabalho malfeito.
Ele havia instruído Kozaru a dizer ao seu amigo para assustar o Avatar, não quase matá-lo. E a tentativa de “assassinato” não deveria envolver mais ninguém. Se algo tivesse acontecido a Ta Min, que não tinha ideia de que era apenas uma peça nos planos dele, Sozin se sentiria terrível.
Kozaru assentiu e guardou a prata, mas permaneceu ali.
— Há algo mais? — perguntou Sozin.
— Outra mensagem… do Senhor do Fogo.
Sozin fez um gesto para que Kozaru entregasse a mensagem. Ela o fez e saiu.
Sozin foi até a janela. Seu quarto alugado ficava acima da cantina, com vista para a nascente natural que dava nome ao triste aglomerado de construções de barro, o Oásis das Palmas Nebulosas. O ar estava quente e seco, o céu era de um azul imaculado. Além das fortificações precárias da vila e da vegetação esparsa, as dunas douradas do Deserto de Si Wong se estendiam até os horizontes norte e leste. Este lugar era a última chance de um viajante para reunir suprimentos e descansar antes de partir para a vasta extensão arenosa. Exatamente o que ele planejava fazer pela manhã.
Sozin sempre quis visitar a biblioteca de Wan Shi Tong. Dizia-se ficar em algum lugar no meio daquele deserto e os rumores diziam ter a maior coleção de textos conhecida pelo homem e pelos espíritos. Ele tinha certeza de que, dentro de suas paredes, poderia aprender mais do que em qualquer biblioteca de casa, até mais do que nos pergaminhos restritos das Catacumbas de Osso de Dragão.
O Senhor do Fogo Taiso rejeitou categoricamente o pedido anterior de Sozin para procurar a biblioteca, descartando o lugar como nada além de ficção. Mas o recente contratempo nos planos de Sozin apresentou a oportunidade perfeita. Sozin já estava fora do alcance de seu pai e precisava matar tempo até que Roku lidasse com os Dobradores de Terra.
Ele encontraria a biblioteca, aprenderia o máximo que pudesse, e então retornaria à ilha após receber a notícia de que aqueles cães jogadores de terra haviam partido.
Sozin suspirou, desenrolou a mensagem de seu pai e leu.
Não surpreendentemente, não dizia nada novo.
Você está perdendo seu tempo, blá blá blá. Volte para casa antes de envergonhar a família, blá blá blá. Pense na sua reputação, na sua honra, blá blá blá. O futuro da Nação do Fogo, blá blá blá.
Sozin acendeu a mensagem com fogo e a jogou pela janela. Ela flutuou para baixo em chamas, as palavras de seu pai queimando em cinzas no ar.
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