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O Julgamento de Roku: A máquina

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Quando chegaram ao topo da colina que dava vista para o vale ensolarado, o coração de Malaya afundou e os braços de Gyatso apertaram sua cintura. A vila de seu clã havia sido destruída.

As encostas em terraços estavam marcadas por grandes faixas de terra nua, as plantas não colhidas arrancadas e arruinadas. Algumas das cabanas haviam sido reduzidas a escombros e destroços, esmagadas sob colossais rochas, enquanto outras estruturas haviam sido rachadas por enormes lanças de pedra que brotaram do chão. Em meio ao caos, sobreviventes cobertos de terra choravam ou vagavam atordoados. Não havia sinal dos Dobradores de Terra, mas a poeira ainda pairava no ar, então eles não poderiam estar longe.

Kilat os levou rapidamente até o restante do caminho. Sem esperar por Gyatso, Malaya pulou da gorila-társio e correu para ajudar. Com o coração na garganta e as mãos trêmulas, ela tentou não pensar em quanto restava de seu clã, como poderiam reconstruir. Nada ficou ileso. Mas quando Malaya chegou à destruição, congelou. Ela não sabia por onde começar, o que fazer.

— Sinto muito — disse uma voz familiar ao lado de Malaya. Era Yuming, com Qixia atrás dela. — Os guardas… eles estavam tão furiosos após termos sido capturados, tão furiosos com os outros que seu povo matou. Tudo o que eles queriam era retaliação. Quando você e aquele Nômade do Ar nos libertaram, eles correram direto para cá para destruir sua vila, e agora estão indo atrás do seu chefe. Qixia e eu tentamos pará-los, mas…

Malaya alcançou a adaga de Amihan.

Gyatso segurou seu pulso.

— Reúna aqueles que podem ajudar.

Malaya cerrou a mandíbula. Afastou a mão da arma. Afastou-se de Yuming sem uma palavra.

Tudo se tornou um borrão enquanto ela se apressava de uma pessoa para outra, verificando cada uma por ferimentos e enviando os que estavam bem o suficiente para ajudar Baku, que parecia ter assumido o controle da situação na ausência de Ulo.

Como se tivesse feito isso mil vezes antes, Gyatso se movia calmamente pela vila. Ele direcionava uma pessoa a ajudar a carregar um homem inconsciente, outra a buscar água limpa e outra a limpar os escombros. Depois, dirigiu-se ao lado do curandeiro para cuidar de uma pequena menina que sangrava da cabeça.

Mas a explosão inicial de propósito de Malaya se desfez, substituída pela raiva.

Ela se virou e começou a voltar para Kilat.

Notando, Gyatso veio até ela.

— Para onde você vai?

— Encontrar os Dobradores de Terra — ela disse sem parar. — Eles têm que pagar pelo que fizeram.

— Você não pode simplesmente matá-los — ele disse.

— Você que pensa. — Malaya subiu nas costas de Kilat.

— Por favor, eles são engrenagens de uma máquina. É a máquina que precisamos descobrir como destruir.

— E se deixarmos os Dobradores de Terra irem, e eles acabarem matando seu amigo também?

— Roku pode cuidar dele mesmo. O mesmo não é verdade para aqueles que precisam da nossa ajuda aqui.

Malaya respirou fundo enquanto tentava decidir o que fazer. Alcançar os Dobradores de Terra ou ficar e ajudar seu clã?

Finalmente, ela permitiu-se olhar para o rosto suplicante de Gyatso. Então, desceu de Kilat.

 


 

Eles removeram os destroços, levantaram pedras, jogaram de lado bambus estilhaçados e madeiras quebradas. Tiraram uma menina pequena dos escombros. Ela estava tão imóvel que pensaram que estava morta, mas estava apenas paralisada pelo choque. Limparam a cabana de Baku e encontraram o corpo sem vida da esposa dele. Encontraram um dos coletores vivo, mas com um pedaço afiado de pedra enfiado profundamente em seu lado. Levantaram uma parede desabada e descobriram a tecelã inconsciente, mas Gyatso soprou vida em seus pulmões.

Os pulmões de Malaya ardiam, seus músculos gritavam, seus dedos sangravam, mas ela continuou trabalhando através da dor. Ela estava tão focada nos esforços de resgate que não percebeu os novos forasteiros até que todos começaram a olhar para cima.

Eram três, montados em dois cães-enguia verde-floresta. As duas montadas juntas eram jovens mulheres – uma musculosa, com cabelo curto e cicatrizes ao longo dos antebraços; a outra esbelta, com a pele tão escura quanto a de Malaya. O terceiro forasteiro, que montava sozinho, era um garoto baixo e atarracado, com longos cabelos negros presos em um pequeno coque e um olhar penetrante e avaliador que lembrava Malaya de Ulo.

Kilat mostrou os dentes e tensionou os músculos. Malaya sacou sua adaga. Gyatso pegou seu cajado. As criaturas serpentinas e de membros longos sobre as quais os forasteiros montavam se agitavam inquietas no lugar.

O garoto com os olhos flamejantes parecia despreocupado tanto com a destruição que se estendia à frente quanto com a recepção agressiva. Seu olhar caiu sobre Gyatso.

— Dobrador de Ar — ele disse com um tom imperioso —, onde está o Avatar?

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Capítulo 37