Dark? Switch Mode

A Aurora de Yangchen: Fechando o Acordo

All chapters are in A Aurora de Yangchen
A+ A-

Não!

 

Foi tudo que, com certo zelo, Chaisee tinha a dizer a Henshe a respeito da entrega da Unanimidade a Bin-Er, através de um falcão, não de um mensageiro humano. Sidao não voltou, não precisava ser gênio para entender o porquê.

 

Sentado em seu escritório em Bin-Er, Henshe amassou um pedaço da mensagem no pergaminho e como resposta  a isso, ele atirou o papel amassado contra o falcão o assustando e o fez voar antes que ele pudesse colocar uma mensagem de resposta no tubo e na perna do falcão. Ele odiava a hipocrisia de Chaisee a respeito dos animais, principalmente a maneira como ela enviava mensagens só quando era conveniente para ela, mas assim era exigido visitas pessoalmente.

 

Mais uma vez, ele teria que ceder às regras que ela impunha. Imediatamente, ele arrumou as malas. Ele afirmou aos Shangs, que estavam em pânico, de que tudo estava bem, e logo ele voltaria com uma solução para todos os problemas.

 

Bem? Foram as reações deles. Bem? Ele não viu as barricadas subindo? E todos os fluxos da cidade bloqueados? O trânsito tem sido cortado pela metade. Havia rumores que o Rei da Terra estava se preparando para intervir.

 

Isto foi exatamente o porquê de eles precisarem de Unanimidade, Henshe disse aos Shangs. Para apagar o fogo eles insistiram em colocar debaixo das suas próprias  cadeiras. A ira nas ruas não era das ações do Avatar e nem eram da suspeição crescente do Rei da Terra. Foi uma colheita semeada de ignorância e ganância. Se ao menos eles o deixassem fazer seu trabalho.

 

Foi tudo o que ele já disse a seus chefes. Que estava tudo bem. Ou ele iria voltar de Jonduri como um morto-vivo; ou com mais poderes em suas mãos do que ele saberia lidar.

 

Uma vantagem de sua posição era a que ele tinha permissão para viagens pessoas irrestritas entre as cidades de Shang. Ele era uma das poucas pessoas que poderia usufruir do status de passageiros sem ser questionado pelos capitães dos portos. Uma certa vez, ele estava a bordo, e passou a maior parte da viagem dormindo em um beliche, olhando para o teto dos seus aposentos solitários, e ponderando sobre a ironia de tudo à sua volta.

 

Quem pensou que reduzir os embarques ilícitos seria um ponto de indicação para os moradores de Bin-Er? Depois que o Avatar partiu, Henshe e os Shangs tentaram apagar vestígios dos tráficos não reportados, do qual ela deu indícios de saber. É o que faria mais sentido de se fazer. Eles rejeitavam juncos, cancelaram contratos, dispensavam os trabalhadores que processavam todos os bens.

 

Essa última parte colocando todos em seu limite. Por quê? Henshe teve que perguntar. Muitos outros negócios anteriores sob os Zongdus terminaram de maneira semelhante. Por que a cidade perdeu a cabeça com isso?

 

Ele não era um homem de muitas perguntas e ele não precisava que o mundo inteiro dançasse ao som de sua música. Tudo que ele desejava era justiça para que todas as engrenagens se encaixassem e girassem na direção devida.

 

O título de Zongdu oferecia ao titular uma oportunidade de ganhar grandes quantias surpreendentes de dinheiro com propinas, redução de orçamentos e orientação com fluxo dos negócios e contratos. Era assim que funcionava. Por isso que custou tanto dinheiro para subornar as pessoas, necessariamente para ser nomeado para o cargo em primeiro lugar.

 

O procedimento, padronizado pelos titulares de cargos antes de Henshe, era só de ter dívidas maciças para juntar todos os subornos, e obter vantagens e lucros maiores durante seu mandato como Zongdu e depois pagar os empréstimos oficiais. A diferença que poderia ser guardada no bolso era potencialmente tão exorbitante que precisaria de cada par de calças no Anel Médio para segurá-la.

 

Nas gerações antigas dos Zongdus eram extraídos com sucesso suas recompensas e em seguida eles davam continuidade. Os Dooshim entravam e saiam com o dinheiro dele. Era assim que funcionava todo o processo.

 

Mas aparentemente agora, durante o momento de Henshe, foi quando as drenagens tiveram que cair de seus pinos. O Avatar decidiu fazer um nome para si o usando como um trampolim. Esqueça o lucro. Se seu mandato não findasse da maneira que ele precisava, ele estaria arruinado. O Anel Inferior-do-Inferior estava arruinado.

 

Ele só queria que pessoas similares a sua posição tivessem recebido. Para entrar e sair. Era pedir demais? O Avatar não poderia ter deixado para atrasar seus esforços alguns anos depois, pelo menos até que ele tenha deixado Bin-Er e desaparecido dos anuários das Quatro Nações? Ele não amava a ideia fundamental por trás da Unanimidade, honestamente, não se tinha as mesmas grandes esperanças  como as de Chaisee. Mas era a única ferramenta disponível que se tinha para se evitar uma tragédia.

 

Quando chegaram em Jonduri e ele desembarcou do barco, sentindo-se afetado pelo calor e pela umidade, ele encontrou uma mulher esperando por ele no cais entre os rolos de corda e os barris de piche. Ela era bela, com um largo sorriso o suficiente para engolir uma manga. Ele sabia que ela era uma das atendentes de Chaisee. Ele perguntou seu nome.

 

Não importa, ele disse. Se Zongdu de Bin-Er fizesse a gentileza de acompanhá-la, era o que sua senhora pensava.

 

Henshe já esteve na residência de Chaisee antes, e ele odiou ter de fazer a  escalada pela selva úmida e insidiosa. Certa vez lá dentro, ele viu que era o mesmo salão pequeno, um salão de treinamento, bem simples, aspirando à austeridade de um guru. Nada mudou desde sua última visita, exceto sua dona, que estava sentada em sua cadeira.

 

— Você parece pronto para estourar como um estampido — ele disse a Chaise. — O que aconteceu com seu velho servo? O homem que tem uma cicatriz no olho?

 

— O que aconteceu com ele? — Ela interrogou cuidadosamente. — Eu contratei outra pessoa por questão de segurança.

 

Henshe esperou até que a atendente novata terminasse de servir o chá e ir embora. A garota não precisava saber sobre o curso terrível que seu empregador gostava de fazer por deslealdade.

 

— Seria bom que você não tivesse a mesma resposta toda vez que sua paranoia atacasse. Você literalmente matou meu mensageiro.

 

— Você escolheu um pobre mensageiro, um pobre homem. Sidao era um membro da comitiva do Avatar e poderia facilmente ter passado suas informações para ela. Você já parou para pensar que ele poderia ter recebido os pagamentos de forma feliz através de você e dos Shangs de Bin-Er enquanto permanecia leal a ela? O melhor entre os dois mundos.

 

Não, Henshe não considerou que Sidao era o melhor deles, mas também não iria admitir isso.

 

— Tudo que quero dizer é que você não tem que se esquivar diretamente de soluções permanentes.

 

— Sidao não foi o único espião que eu tive de lidar — Chaise continuou ignorando o conselho dele. — Havia um garoto de Bin-Er, uma tentativa óbvia de se infiltrar. E a própria Avatar aparece na minha ilha. Você foi realmente desleixado, Henshe. Dolorosamente assim.

 

Ela deixou sair as palavras que ele temia o tempo todo durante o passeio de barco.

 

— Minha resposta ainda é não. A Unanimidade se firmou com minha busca e eu apoiei todos os custos. Não estamos implantando isso simplesmente porque você estragou com a situação em sua própria cidade.

 

Henshe se levantou da cadeira. Ele era um homem alto e pairava sobre Chaisee como uma palmeira fazendo sombra.

 

— Você sabe qual é a diferença entre nós? — ele perguntou, e baixou seu olhar. — Diferente de você, eu não estou com interesse em construir uma dinastia.

 

Ele teve toda a atenção dela agora. Chaisee se movimentou, curvou sua cadeira um pouco.

 

— Eu sei que você tem planos, — disse Henshe. — Grandes planos para o futuro. Sua linhagem registrada na história. Admirável isso. Sério! Mas se eu não conseguir ver o amanhã, você também não conseguirá. Sei muito sobre você e seus pequenos experimentos para que você tenha a esperança de mantê-lo no poder para sempre. Não levaria tanto tempo para que eu convencesse o Senhor do Fogo de que ele deveria colocar Jonduri nas mãos de um funcionário pouco ambicioso. — Ele pegou o bule quente, ainda quase cheio. — Se você não me ajudar a apagar o fogo em minha casa, então com certeza ele se espalhará até a sua casa — ele falou a sua colega Zongdu. Ele arremessou o recipiente na parede acima da prateleira dela que estava à vista. A porcelana quebrou em pedaços, espalhando água quente como uma cachoeira sobre seus preciosos livros e pergaminhos.

 

Ela não se movimentou, só olhou de cima a baixo. Ele a deixou. Ela o achava muito imprudente e rancoroso, assim fora melhor achar. Chaisee era quem tinha as perspectivas de longo prazo. Ela queria manter seu título para todo o sempre. Ela também queria que a pequena ilha se tornasse seu próprio clã, incluindo esta cidade, que para ela era a joia de sua coroa. Aos seus olhos, ela tinha gerações para colocar a perder.

 

Ela chegou a uma conclusão.

 

— Eu cedo. Você me convenceu de que o melhor lugar para a Unanimidade é Bin-Er. Mas preciso de mais tempo.

 

Henshe balançou várias vezes a cabeça como forma de ressentimento. Então é assim mesmo. Ele conhecia Chaisee tão bem o suficiente para que, quando ela terminasse de falar com você,  realmente sem intenção alguma de zombar de uma única palavra que saísse de sua boca, ela começou a prometer, em detalhes. Ela educadamente teria que adiar até que você murchasse a videira.

 

— Claro, — dissera Henshe, levantando-se e preparando-se para parir. — Esta é uma decisão importante. Não pode ser tomada às pressas.

 

Ele saiu da casa dela sabendo o que deveria ser feito. Ia chamar a única pessoa que poderia levar a Unanimidade de Jonduri para Bin-Er rapidamente, logo debaixo do nariz de Chaisee. Uma vez que os assertivos deixassem suas áreas costeiras, a reação dela não teria importância alguma.

 

Chaisee poderia ter o julgado incapaz de planejar algo a longo prazo, mas não era esse o caso. Apesar de toda sua presunção em pegar os espiões, ela havia perdido um plano de infiltração que Henshe havia inserido com sucesso dentro de toda sua organização, alguém que estava em seu bolso desde o dia em que pisou em solo Jonduri.

 

Ele só tinha esperanças de que Kaylaan ainda lembrasse do sinal como uma conexão, uma ligação entre os dois. Fazia tempo desde a última vez que se falaram.

Tags: read novel A Aurora de Yangchen: Fechando o Acordo, novel A Aurora de Yangchen: Fechando o Acordo, read A Aurora de Yangchen: Fechando o Acordo online, A Aurora de Yangchen: Fechando o Acordo chapter, A Aurora de Yangchen: Fechando o Acordo high quality, A Aurora de Yangchen: Fechando o Acordo light novel, ,

Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Chapter 28